O ‘Memória do Treze Horas’ deste domingo relembra a cobertura que o Treze Horas realizou nos dias 11, 12 e 13 de maio de 2017, diretamente do Santuário de Fátima, em Portugal, com o repórter Paulo Gastal Neto. Ao longo dos quase 42 Anos de sua existência o Treze mantém uma ligação direta desde o seu nascimento com as questões do Vaticano. São inúmeras as coberturas realizadas pelo coordenador do programa, o jornalista Clayton Rocha, de sucessões papais, eventos envolvendo o Arcebispado de Pelotas, visitas de Papas ao Brasil e tantas outras transmissões envolvendo o Mundo Católico.
Por Paulo Gastal Neto
Cheguei a Fátima na quarta-feira que antecedia a visita do Papa Francisco àquela cidade de Portugal, tão viva e importante para o Mundo Católico. Havia um clima de tranquilidade e devoção, sem tumultos apesar das centenas de milhares de pessoas que iam chegando todos os dias. Nos dias 11, 12 e 13, quinta, sexta e sábado, Francisco estaria aqui para a celebração do Centenário das Aparições e canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto. Francisco era o quarto papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010). As participações no Treze Horas foram na quarta, quinta e sexta-feira, dias 10, 11 e 12 de maio daquele ano de 2017.
A cidade-santuário estava no centro das atenções com os peregrinos acorrendo a Fátima. Os pastorinhos Jacinta e Francisco Marto seriam canonizados no dia 13 de maio, durante a celebração presidida pelo Papa Francisco. Como novos santos da Igreja Católica, os dois pastorinhos passaram a ser representados oficialmente por imagens suas pintadas a cores e inspiradas numa fotografia captada pouco antes das aparições de 13 de outubro de 1917. Nestas imagens, foi acrescentada à figura dos pastorinhos uma candeia na mão de cada um, evocando a expressão “candeias que Deus acendeu” usada por João Paulo II a 13 de maio de 2000. Estas duas imagens eram reproduzidas em telas gigantes, de 11 metros de altura por três de largura, que estavam hasteadas na fachada da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, durante a canonização das duas crianças.
As imagens iriam permanecer no local até o dia 13 de outubro. A canonização dos pastorinhos aconteceu 17 anos depois da sua beatificação pelo Papa João Paulo II. Na capelinha, o Pontífice invocou a “Senhora da veste branca” e recordar que, há 100 anos, esta mostrou em Fátima os “desígnios da Misericórdia” de Deus. Foram simbolismos fortes e marcantes para todos que participaram daquele momento e que, sem dúvida, serviu para fortalecer a fé!
O Papa Francisco usou nos eventos em Fátima, na Capela das Aparições, uma estola criada especialmente para a sua Peregrinação, com motivos baseados no bordado do manto da Imagem de Nossa Senhora de Fátima. O objetivo foi revestir o Papa dos mesmos adornos que iluminam a veste da Virgem de Fátima, num projeto coordenado pelo Pe. Joaquim Ganhão, responsável pelas celebrações litúrgicas da visita do Papa, cabendo a Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário, a responsabilidade pelo programa iconográfico.
O Santo Padre utilizou a estola na oração que fez diante da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, no Santuário da Cova da Iria, e durante a recitação do Rosário, no início da vigília de oração. De acordo com a Memória Descritiva, a estola foi criada a partir do bordado do manto de Nossa Senhora, motivo que tem sido usado em alguns elementos gráficos pelo Santuário, nomeadamente nos copos das velas usadas pelos peregrinos nas vigílias de oração que se realizam no Recinto. A estola, com 150 centímetros de comprimento e 15 centímetros de largura. No cruzamento das duas tiras de pano, sobre o pescoço, uma cruz de braços iguais, também bordada a fio metálico dourado, remata a peça que apresenta conjuntos de duas ou três flores, igualmente inspiradas nos bordados do manto da escultura. A execução da peça foi do entregue ao ateliê Ars Sacra, Oficina de Paramentos, de Lisboa.
CHEGADA AO SANTUÁRIO