ARTIGO – TEMPO DE LEMBRAR!

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Cândido Norberto dos Santos e Belizário Rocha. Fotomontagem: Leonir Baade da Silva.
TEMPO DE LEMBRAR!
O ESCRIVÃO BELIZÁRIO ROCHA E OS DOIS TRIBUNOS BAGEENSES

Clayton Rocha*

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Pois foi meu avô materno, presidente de Mesa Eleitoral nos anos 50, lá no Cerrito Velho, quem coordenou a recontagem dos votos que garantiram a cadeira de deputado estadual socialista ao advogado e notável tribuno bageense Cândido Norberto dos Santos. Seu Belizário Rocha era dono de Cartório, mas acima de tudo uma unânimidade local: o povoado o respeitava muito, apreciava as suas ideias, entusiasmava-se com as suas iniciativas.
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Foi em Torres, um bom tempo depois, durante uma conversa com o eminente dr Carlos de Britto Velho, deputado federal do Partido Libertador, que Cândido Norberto e eu ficamos sabendo dos estranhos laços que nos uniam desde os anos 50 e dos quais não tínhamos conhecimento. Foi inesquecível o relato, à época, desse Britto Velho que representava na tribuna legislativa todo o vigor verbal, intelectual e político, que se identificava, ao natural, com esse outro mestre louvável da história gaúcha e que atendia pelo nome de Paulo Brossard de Souza Pinto.
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Brossard e Cândido, Ases bageenses extraordinários no Parlamento, deram dignidade às falas, respeito à história gaúcha, nobreza aos sentimentos do povo, consciência de conteúdo e muito, muitíssimo caráter identificador de uma época simplesmente extraordinária.
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Brossard e Cândido, os dois Ases de Bagé! Eu sempre ao lado deles, de suas melhores energias e de seus gestos mais magnânimos. Eu tenho um orgulho danado de ter participado de tudo isso! Orgulho deles, da amizade que me ofereceram; orgulho de meu avô Belizário Rocha, que neles acreditava por inteiro. (C Rocha).
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*Jornalista e coordenador do Treze Horas desde 6 de novembro de 1978.
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