ARTIGO – HUMANIZAR + HOMINIZAR = HOMEM DO FUTURO

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Humanizar + hominizar = Homem do futuro

Neiff Satte Alam*

Será possível transformar a hominização em humanização? (Edgar Morin)

As manchetes dos jornais, dos noticiários de televisão e do rádio, das postagens nas redes sociais disponíveis na Internet, meios de comunicação que colocam o mundo dentro de nossas casas, deixa-nos impactados com a barbárie promovida por pessoas ou grupo de pessoas. Ações que parecem impossíveis de terem sido praticadas por seres humanos, mesmo que sejam justificadas por causas políticas, religiosas ou em defesa de ideias.

O homem que assim proceder estará em conflito com o processo de humanização esperado pela evolução biológica, que, em tese, busca o aprimoramento da espécie através de uma hominização criteriosamente articulada pelos genes em constante mutação, assim como propõe o Neodarwinismo. Embora as pressões de seleção e os processos adaptativos possam propor caminhos diferentes daqueles que entendemos adequado a uma humanização propositiva, cabe-nos um esforço máximo para que não transformemos o ecoambiente em um meio adverso à humanização distanciando-a da hominização, dificultando o processo.

A humanização e a hominização seguem caminhos diferentes, pressões de seleção diferentes, desencontros que fazem com que estes processos evolutivos tomem caminhos distintos, mas, em razão de um natural ciclo reverso em que os efeitos buscam as causas, de tempos em tempos se harmonizam.

Antes desta harmonização há períodos de graves conflitos, que nos leva a desacreditar que a humanização supere as dificuldades e o futuro da humanidade fique comprometido. No entanto sempre tem se observado que o humano termina por vencer a barbárie.

Antes de reiniciar o ciclo e atingir outros momentos de desequilíbrio e, alternando estas fases, o homem vai se encaminhando para um futuro, embora incerto, com enormes expectativas de que o último passo será o da construção do Homem, não este que conhecemos, mas aquele que for o produto da fusão destes dois processos: o homem do futuro!

*Biólogo, Professor de Biologia e Especialista em Informática na Educação. Participa do Treze Horas desde a sua criação, em 1978.