ARTIGO – OS REACIONÁRIOS DE PLANTÃO TENTAM IMPEDIR A CIDADE DE EVOLUIR
Paulo Gastal Neto*
Li estupefato a inicial de uma ‘ação judicial’ (muito mal feita e sem fundamento legal por sinal que será derrubada nas instâncias superiores quando o mérito for julgado) impetrada por advogado da comarca local, tentando impedir o referendo, por parte do legislativo municipal, de ato legítimo – de décadas atrás – em favor da Associação Rural de Pelotas, com relação a área física onde habita hoje a entidade. Tal área, pertence a entidade desde há muito tempo, como prova documento que está em link abaixo deste artigo.
Esta é uma a ação estúpida e reacionária em desfavor da cidade e nestes tempos conturbados não surpreende de onde partiu. Ela é a síntese do conservadorismo que tomou conta de boa parte das pessoas e que – neste caso específico – tenta impedir ‘o pensar a cidade’ para o seu futuro, para as próximas décadas e gerações.
Mas não ficamos por aí: o mais absurdo foi a decisão do judiciário que confronta a decisão do Poder Legislativo Municipal. Não é seara do judiciário proferir tal decisão, pois torna-se ato agressivo em desfavor de um poder constituído para as questões municipais. Ora, qualquer criança de jardim de infância sabe que compete ao legislativo, a Câmara Municipal, decidir sobre áreas do munícipio e isso já foi feito. Mas o mais incrível ainda é a omissão do legislador atual, que deveria defender decisão antiga da própria casa. Coisas do nosso tempo: a submissão e os flertes com a inconstitucionalidade. Não é de hoje a falta de preparo dos legisladores.
Pessoas como as que assinam a ação e os que com ela concordam, preferem ver o campo sujo, o gado gerando mau cheiro na vizinhança e moscas e mosquitos habitando conjuntamente com as pessoas do entorno, em detrimento de mais renda para os cofres do município, abertura de novas ruas, parques públicos a disposição de todos em favor de um semblante mais cosmopolita para Pelotas. O que vale neste caso é a briga de interesses mesquinhos, partidários, obscuros e sem respaldo ao cidadão comum. É a lei do quanto pior melhor.
Como diz a própria ARP: O tempo passou, a cidade se transformou e a Associação Rural de Pelotas reforçou sua sólida relevância no desenvolvimento econômico e social. Nas últimas décadas, cresceu o desejo de se criar ali um empreendimento imobiliário que modernize o parque, que se volte ao público, que para ele esteja aberto e dê mais dinâmica à região. Que garanta ativos que ajudem a manter a perpetuidade da Associação. Com a viabilidade de investidores, tornou-se possível a criação de um novo parque urbano, que vai oferecer mais qualidade de vida à população, gerar emprego e renda e atrair novos investimentos para Pelotas.
Só para que as pessoas de bem tenham ideia – as que não participam de conluios: a cidade ganhará a construção de aproximadamente 3 km de vias para a interligação das principais avenidas de Pelotas, sendo elas: Av. Fernando Osorio; Av. Salgado Filho; Av. Dom Joaquim; Av. Republica do Líbano, desafogando o trânsito dessa região que hoje beira ao caótico nos horários de pico.
Pelotas acrescentará na sua área, um parque urbano de 2,9 hectares, com um lago de 5000m², nos moldes do Quartier e Parque Una, que proporcionam a população lazer e deixam a cidade mais atrativa e bonita. Haverá ainda a criação de uma associação para dar manutenção ao bairro, sem custo nenhum pra cofres públicos, pelo contrario, a prefeitura irá ter um aumento de receita, através do IPTU que pode chegar a R$ 5 milhões ano em até uma década. Haverá um complexo com quadras poliesportivas, academia ao ar livre, praças para crianças. É um bairro que trará aumento de qualidade de vida para a população de Pelotas, incremento ao IPTU, melhoria no fluxo de circulação.
O projeto ainda se integra – por iniciativa própria da ARP – com o Campus da Saúde da Universidade Católica de Pelotas, facilitando o acesso de milhares de pessoas que ali realizam, 600 mil exames laboratoriais; 3600 atendimentos odontológicos; 4000 atendimentos fisioterápicos; 5000 atendimentos psicológicos; 25 mil atendimentos de especialidades médicas e que terão uma parada de ônibus a poucos metros do novo centro de atendimento da UCPEL. Hoje há a necessidade de se caminhar mais de 500 metros entre a parada de ônibus na Av. Fernando Osório e o Campus Saúde.
Mas não: Quem vive hoje entende que ‘hoje é o seu mundo’ e que é somente hoje que as coisas acontecem. O futuro da cidade que se exploda. A ação somente pensa no hoje e na eleição de amanhã, com o ‘nobre’ (sic) interesse de defender a população.
Sabem o que vai acontecer se não evoluir? NADA. Continuará, por direito, a Associação Rural de Pelotas desfrutando a área como fez até hoje, da maneira como faz ano após ano, década após década, sem nenhum impedimento, pois assim reza seu título de propriedade, registrado no dia 30 de outubro de 1984, sob matrícula número 21.308, no Registro de Imóveis de Pelotas, Livro 2, Registro Geral, folha 1. Parabéns ao patrocinadores do atraso, aos reacionários de plantão de sempre, que se fazem de defensores do povo.
Escritura de Doação da Prefeitura-ARP (1)
*Radialista e editor do www.pelotas13horas.com.br