ARTIGO – ELEIÇÃO 2024 EM PELOTAS

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Eleição 2024 em Pelotas

Por Robson Becker Loeck*

Na eleição municipal de 2020 foi significativa a vitória da atual prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB). No segundo turno, recebeu 105.206 votos, enquanto Ivan Duarte (PT) 47.941. E foi, justamente, a sua ocorrência uma das novidades daquela eleição, já que em 2016 Paula tinha “liquidado” o pleito no primeiro turno com 112.358 votos.

É válido lembrar que antes e depois de 2016 muita coisa estava acontecendo na política nacional. Tinha-se na agenda midiática o impeachment de Dilma Rousseff, o Lula na prisão e toda a corrupção do país sendo creditada ao PT. Avolumava-se a onda do bolsonarismo, com muitos políticos, alguns por convicção, outros por “esperteza” eleitoral, a ela se atrelando e tendo sucesso nas urnas.

O “mundo deu voltas” e muitos políticos já não mais se apresentam, ao menos explicitamente, como apoiadores do Bolsonaro. Lula tornou-se mais uma vez presidente e, em Pelotas, obteve expressiva votação (107.854 votos no segundo turno). É assim, com o protagonismo do PT no governo federal e com o partido tendo registrado um crescimento de votos junto aos pelotenses que se dará a eleição de 2024. Além da presença do Ivan no segundo turno em 2020 e da votação recebida por Lula, pode-se ainda frisar o aumento de mais de 29 mil votos que os candidatos petistas tiveram entre as eleições de 2018 e 2022 (Rossetto e Pretto).

O contrário aconteceu com os candidatos do PSDB. Paula, como já visto, teve diminuída a sua votação entre 2016 e 2020, o mesmo ocorrendo com o ex-prefeito e atual governador, Eduardo Leite, que na eleição de 2022 deixou de contar com o voto de 50 mil pelotenses.

A tendência é que em 2024 tenhamos uma eleição mais “emocionante” e com menor diferença de votos entre os postulantes ao paço municipal. Dificilmente não haverá segundo turno e nele estarão os dois postulantes que melhor conseguirem se “encaixar” dentro da conjuntura da eleição e “tocarem os corações” dos eleitores que serão decisivos, quais sejam, os que votam “em candidatos” e não levam em consideração os partidos políticos.

Discurso bem ajustado e boas práticas de comunicação, mais do que nunca, serão fundamentais nesse pleito. Isso demandará dos partidos políticos uma boa leitura da realidade nacional e local e, atrelada a definição de quem concorrerá, a adoção de uma estratégia eleitoral que necessariamente aproxime seus candidatos dos eleitores. Será um processo complexo e que deixará quem tiver melhor “timing” com mais chances de sucesso.

(*) Robson Becker Loeck é graduado e mestre em ciências sociais e especialista em política.