DEBATE?
Paulo Gastal Neto*
O país assistiu perplexo a um dos episódios mais lamentáveis da sua história política em todos os tempos.
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Na noite de quinta-feira, 29.09, a TV expôs o resultado de décadas sem investimento em educação básica, descortinou o que resultou após sucessivos governos corruptos, revelou o quanto está medíocre a classe política brasileira e, ainda de quebra, confrontou religião com política, como se a fé de cada um estivesse em julgamento. Sem nenhum escrúpulo nos revelou o quanto o cargo de presidente da república foi relegado a um plano que nos envergonha.
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O chamado ‘debate’, promovido com a suposta ideia de colaborar para que a população escolhesse em quem votar, foi um momento constrangedor, carregado de agressividade, falta de educação e polimento, beirando a insanidade. Revelou também o despreparo de todos os postulantes ao cargo mais importante (era pelo menos) do Brasil. Talvez essa revelação tenha sido a única coisa positiva (sic) do ‘sanatório geral’ de ontem.
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O tal ‘debate’ foi o coroamento de sucessivas amostras de o quanto as instituições do Brasil estão deterioradas: já convivíamos com um STF – Supremo Tribunal Federal – engajado politicamente e sem cumprir seu fim constitucional; um TSE – Tribunal Superior Eleitoral – comprometido com censura, militante e por isso desacreditado; e ainda os dois poderes legislativos – Câmara e Senado Federal – omissos. A noite de quinta-feira soou como a ‘cereja do bolo’ desta anarquia institucional em que se tornou o Brasil.
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Somos um país doente, com insanos postulando o cargo de presidente. Involuímos. Foi um verdadeiro circo de horrores o que se assistiu às vésperas da eleição de 2 de outubro. Um convite a abstenção e ao voto em branco ou nulo. O encontro de quinta-feira ficará marcado em cada brasileiro, como o episódio mais constrangedor da vida política brasileira.
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*Radialista e editor do site www.pelotas13horas.com.br