ARTIGO – OBRIGADO, BRASIL

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OBRIGADO, BRASIL
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Clayton Rocha*
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Será que se pode ver, em meio à cerração fechada do Rio Grande, todas as nossas lendas sinalizadoras de luz e de amparo neste cenário de catástrofe?
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O sentimento de solidariedade do Brasil arrebentou espontâneo, mostrou-se incessante e tornou-se um socorro necessário e já eternizado na memória gaúcha agradecida. Se mais que dar, a caridade está em compreender, o Brasil mostrou-nos durante esta catástrofe que a resposta mais curta é a ação, além de provar que se a felicidade agrupa, a dor reúne.
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Tudo quanto eu fizer, portanto, quer por mim mesmo, quer com a ajuda alheia, neste Rio Grande ora em transe, deve tender a um objetivo único: o que é útil e ajustado à comunidade.
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Não te acanhes, pois, de receber auxílio; não te inquiete o futuro, afinal, não adianta agastar-se com as coisas; elas não fazem caso nenhum.
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Por todas essas razões, numa hora sofrida e também sagrada, e mesmo que a dor insista em reclamar recolhimento, temos o dever de expressar aqui, em nome de todas as nossas energias, estas duas palavras que dizem tudo: Obrigado, Brasil.
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*Jornalista e coordenador do Treze Horas há 46 anos.
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