AZONASUL QUER AÇÕES DAS ESFERAS ESTADUAL E FEDERAL PARA MITIGAR COLAPSO NA SAÚDE REGIONAL

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Reunião de ontem (17) à tarde, na sede da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), em Pelotas, entre prefeitos e secretários de Saúde dos municípios da Zona Sul encaminhou que a responsabilidade pela crise na saúde que assola os hospitais da região deve ser assumida pelos entes estadual e federal. Os chefes do Executivo terão audiências emergências, nesta sexta-feira, com os ministros Alexandre Padilha e Paulo Pimenta, durante a Caravana Federativa, que vai ocorrer em Porto Alegre.

No encontro, o presidente da Azonasul, Marco Antonio Barbosa, prefeito do Chuí, também anunciou que buscará agenda, em caráter urgente, com a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, durante Congresso das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves, no fim do mês.

Durante a exposição do cenário, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, fez a leitura do documento elaborado pelos hospitais filantrópicos de Pelotas expondo as dívidas crescentes e apresentando os seguintes prazos: dez dias para a desativação de 34 leitos de internação de clínica geral; 30 dias para a desativação de 30 leitos de UTI, sendo dez de cada instituição hospitalar, bem como, suspensão em atendimentos de traumatologia, cardiologia, oncologia, materno infantil e outros. O documento também destaca que o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Pelotas já fechou dez leitos de UTI e propõe o fechamento de 12 leitos de clínica geral ao SUS. Já o Hospital Universitário São Francisco de Paula está propondo desativar 13 leitos de clínica geral e a Beneficência Portuguesa outros dez de clínica geral, somadas as demissões de 200 funcionários e a desativação de 26 apartamentos, já executadas nos últimos meses. O prejuízo ao final do terceiro trimestre ultrapassa, segundo o documento, R$ 4milhões.

ESTADO

Os prefeitos e secretários pretendem solicitar auxílio do Estado em três frentes: liberação de um décimo quarto incentivo para os hospitais filantrópicos, desvinculando o recurso da produtividade dos hospitais; criação de um Plano de Contingenciamento para UTIs Pediátricas e Neonatais; reforço na composição do Teto MAC (Média e Alta Complexidade), de forma a garantir a cobertura financeira necessária para atender à crescente demanda por esses serviços de saúde. Entre as críticas propaladas nos debates dos gestores, destaque para os recursos que estão sendo alocados para reformas em unidades de saúde ou construções de novos hospitais com investimentos em equipamentos. “O recurso precisa chegar nas pessoas, no cidadão e no atendimento às suas necessidades. Não adianta termos um prédio novo, se não conseguirmos atender o paciente”, disse o representante do Conselho de Gestores de Saúde do RS, Diego Espíndola.