UMA NOVA TRANSPOSIÇÃO
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Ivon Carrico*
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Os recentes desastres naturais no Brasil mostram o quão difícil é o estabelecimento de políticas públicas para atender o estrato social mais desfavorecido.
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Por exemplo, durante muito tempo a seca no Nordeste provocou uma sucessão de êxodos, quando multidões se evadiram em busca de locais mais promissores. Como bem sintetizado e descrito por Graciliano Ramos em ‘Vidas Secas’.
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Desde o 2° Império, com D. Pedro II, já se falava na possibilidade da transposição das águas do Rio São Francisco para – se não impedir, ao menos mitigar esse flagelo.
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Mas, foi somente no primeiro Governo Lula que a ideia se materializou e tiveram início as obras que se arrastaram até o Bolsonaro.
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Hoje, contudo, uma nova transposição está a merecer a nossa consideração – a moradia. Embora as políticas de inclusão social tenham avançado nessa questão tenho, entretanto, que ainda é muito pouco.
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Nessa seara a Pandemia nos mostrou uma nova realidade. Daí que nossos Planejadores urbanos precisam pensar em uma nova proposta habitacional.
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Onde sobre espaço, também, para as classes menos abastadas. Este será o grande desafio. A nova transposição. Como foi a das águas do Velho Chico.
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*Ivon Carrico é pelotense, mora em Brasília, atuando na administração há quase 50 anos. Atuou na ANVISA e na Presidência da República. Brasília: 09/03/2023