ARTIGO – UM EXEMPLO EM GESTOS DE CARIDADE? SIM, ASSINAVA-SE UGUARACI GIANNI GILL

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“Ele nasceu num dia 25 de abril, lá no ano de 1949. Ele saiu de cena à francesa, no dia 28 de fevereiro de 2020” – Clayton Rocha.

– UM EXEMPLO EM GESTOS DE CARIDADE?

SIM, ASSINAVA-SE UGUARACI GIANNI GILL
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Ele nasceu num dia 25 de abril, lá no ano de 1949. Ele saiu de cena à francesa, no dia 28 de fevereiro de 2020.
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A nossa amizade data de 1970, ano da criação das “12 Horas Beneficentes”. Eu o visitava frequentemente lá no Fragata, de manhã cedo, quando me deslocava para o Campus do Capão do Leão, e havia uma boa razão para isso: Nós vivíamos à cata dos problemas dos outros. O que se faz agora, perguntava-me ele. Por onde começar? Uma campanha de sangue? Uma obra assistencial de extrema urgência? uma campanha para conseguir arroz, feijão e ovos? Ou quem sabe remédios, ou bolsas de estudos, ou cursos profissionalizantes?
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Hoje, 25 de abril, nesta data de seu nascimento, proponho que junto ao seu nome seja acrescentada a palavra “caridade”, e o faço por um dever de justiça: Foi Uguaraci Gianni Gill um fragatense admirável que, além de seguir à risca, soube levar adiante a palavra chave da roseta de um brasão feito em comemoração aos 150 anos de Pelotas lá no ano de 1961: – “Caritas”, referência à caridade por conta do padroeiro São Francisco de Paula. (Dentro da roseta, que também pode ser visualizada na bandeira de Pelotas, encontram-se as letras S F D P C, Caritas de São Francisco de Paula).
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Carlos Alpoim, grande amigo dele e também meu, costuma recitar trechos do “modus vivendi” desse nosso amigo de sempre, especialmente quando ele dizia: -“nós somos o que fazemos, porque o que não se faz não existe. Só existimos nos dias em que fazemos, pois nos dias em que não fazemos apenas duramos”. Leitor voraz do padre Antônio Vieira, foi agindo assim que ele fez a sua muito bem sucedida empresa de Mármores e Granitos, além das ações de assistência social a perder de vista.
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Hoje, neste seu 25 de abril que também é marcado pela sua ausência, consigo abraçá-lo e homenageá-lo através do pensamento e das boas e infindáveis lembranças. Pois é em nome desta amizade sólida e indestrutível que recomendo à Rafaela, ao Leonardo e ao Uguaraci Júnior – os seus três filhos – experimentar um imenso orgulho de um pai que viveu obcecado pela ideia de tentar diminuir as dores alheias, além de compreender toda a sorte de angústias que oprimem o peito dos desafortunados. Foi assim que o conheci, que o admirei durante uma vida inteira, e a quem me dirijo neste dia em profundo sinal de reverência.
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Tendo sido Uguaraci Gianni Gill um exemplo de vida, nada melhor do que dar continuidade à “inocência” desse coração que sempre esteve voltado para as grandes causas assistenciais, mostrando-nos – e silenciosamente, e com muita humildade – que todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo! (CR).