ARTIGO – O PERNICIOSO ‘PONTO FACULTATIVO’

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O PERNICIOSO ‘PONTO FACULTATIVO’

Paulo Gastal Neto*

A cada feriado marcado para as quintas ou terças-feiras é anunciado o tal ‘ponto facultativo’, que de facultativo nada tem, pois não há funcionário público que opte pelo trabalho, em detrimento do ócio patrocinado pelo administrador.

Lendo matéria da jornalista Luciara Schneid, no Diário Popular, desta quinta-feira, percebe-se que o chamado ‘ponto facultativo’ gera prejuízos econômicos à empresários e ao próprio estado, instituidor da ideia.  No caso específico da matéria trata-se do setor da alimentação: os frigoríficos. Esse tipo de indústria tem a sua atividade suspensa, em decorrência do feriadão feito pelos funcionário municipais lotados na área de fiscalização – Serviço de Inspeção Municipal.

O que está em questão, também, é o instituto da liberdade de trabalhar ou não. É função inerente ao serviço público, em primeiro lugar, atender os anseios dos cidadãos. Então neste caso específico da matéria do DP, o ‘estado’ deveria satisfazer as necessidades empresariais, conjugando esforços para que a atividade econômica e a consequente manutenção de empregos, geração de impostos e atendimento ao mercado seja sempre a prioridade.

Cada vez mais estamos assistindo mudanças de concepções nas relações de trabalho, mas sobretudo nas relações sociais entre os entes que movem a economia das sociedades. Avançar na direção da adequação de novos patamares é um caminho sem volta.

Há esta percepção no mundo que gera a economia e deveria também estar na mente dos administradores estatais. O mundo, aqui fora, anda numa velocidade de guepardo e o que habita as paredes dos organismos do estado, em passos de tartaruga. Fica latente que as ideias não vão se encontrar tão cedo. Perde, com isso, toda a sociedade.

*Paulo Gastal Neto é radialista e editor do www.pelotas13horas.com.br