O ‘Memória do Treze Horas’ relembra neste domingo – (um domingo especial em que Pelotas comemora ‘a semana de seu aniversário’ e também dos festejos de seu padroeiro, São Francisco de Paula), mais uma transmissão internacional, direto do Vaticano. Foi o dia em que o Arcebispo de Pelotas, Dom Jacinto Bergmann recebeu do então Papa Bento XVI, o pálio litúrgico (ver quadro abaixo). Dom Jacinto Bergmann, foi nomeado pelo Papa Bento XVI, para bispo da Diocese de Pelotas em 1º de julho de 2009, sucedendo a Dom Jaime Henrique Chemello, ex-presidente da CNBB; tomou posse da diocese no dia 27 de setembro de 2009, dia que a Igreja Católica no Brasil celebra como o Dia da Bíblia. Lembrando que São Francisco de Paula é Padroeiro de Pelotas e da Arquidiocese Metropolitana de Pelotas, tendo sua Catedral Metropolitana consagrada em sua Honra.
O ‘Memória do Treze Horas’ relembra, dando segmento, que no dia 13 de abril de 2011, o Papa Bento XVI eleva a dignidade de Arcebispo, e é esta a data da criação da Província Eclesiástica de Pelotas, tornado assim a Diocese em Arquidiocese, a Catedral São Francisco de Paula em Catedral Metropolitana e o Bispo Dom Jacinto em Arcebispo. Na condição de arcebispo metropolitano, Dom Jacinto então receberá o ‘Pálio Litúrgico’, que é uma vestimenta usada pelo Papa na solenidade de São Pedro e São Paulo, desde a antiguidade. Trata-se de um faixa de lã branca que é utilizada somente pelo Santo Padre e os arcebispos metropolitanos. Sempre no dia 29 de junho de cada ano – Dia de São Pedro e São Paulo – o Papa então confere a cada arcebispo metropolitano, designado por ele durante aquele período, em uma solenidade no Vaticano, o pálio. E no dia 29 de junho e 2011
DOM JACINTO BERGMANN
Dom Jacinto Bergmann, sexto filho de Antônio e Regina Bergmann, nasceu em Alto Feliz, RS, no dia 29 de outubro de 1951, e no dia seguinte, 30 de outubro, foi batizado na Paróquia Santo Inácio, da mesma localidade. Após seus estudos primários em sua terra natal, de 1957 a 1963, ingressou no Seminário Menor São José, da Arquidiocese de Porto Alegre, em Gravataí, cursando nos anos de 1964 a 1970 os estudos secundários.
De 1971 1a 1974 fez o curso superior de filosofia no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, em Viamão. A licenciatura em teologia foi adquirida de 1973 a 1976, no Instituto de Teologia e Ciências Religiosas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
SACERDÓCIO
Foi ordenado sacerdote no dia 30 de outubro de 1976, na capela Bom Jesus do Carmelo de São Leopoldo. Iniciou seu exercício sacerdotal como vigário paroquial na Paróquia São Pedro, em Porto Alegre, de 1977 a 1981. Fez mestrado em Ciências Bíblicas, no Pontifício Instituto Bíblico, em Roma; e na Escola Superior de Teologia Sankt Georgen, em Frankfurt – Alemanha, nos anos de 1981 a 1986.
De volta ao Brasil, de 1986 a 1993, foi professor de Exegese do Antigo Testamento, no Instituto de Teologia e Ciências Religiosas da PUC-RS, em Porto Alegre; no Centro de Estudos Teológicos João Vianney, no Seminário Maior de Viamão; no Instituto de Teologia Paulo VI em Pelotas; no Instituto Missioneiro em Santo Ângelo; na Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana em Porto Alegre; no Instituto de Teologia em Cascavel e no Centro Universitário La Salle em Canoas, intercalando a função de assessor da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Porto Alegre e diretor do Centro de Estudos Teológicos João Vianney, em Viamão. Em 1994, fez uma atualização em Ciências Bíblicas na Faculdade de Teologia, em Trier, Alemanha. De 1995 a 2000 continuou o magistério em Exegese, ao mesmo tempo que assumiu trabalhos de coordenação pastoral na Arquidiocese de Porto Alegre, tornando-se de 1997 a 2000 o Coordenador de Pastoral da mesma.
EPISCOPADO
Assumiu em 2001 o cargo de Subsecretário de Pastoral na CNBB, em Brasília. No dia 8 de maio de 2002, o João Paulo II o nomeou Bispo Titular de Ausuccura e auxiliar na Diocese de Pelotas. Foi ordenado bispo na Catedral São Francisco de Paula, em Pelotas por Dom Jayme Henrique Chemello, no dia 14 de julho de 2002. No dia 15 de junho de 2004, o Papa João Paulo II, nomeia, Dom Jacinto como bispo da Diocese de Tubarão, SC. Dom Jacinto Bergmann, foi nomeado pelo Papa Bento XVI, para bispo da Diocese de Pelotas no dia 1º de julho de 2009, sucedendo a Dom Jayme Henrique Chemello, ex-presidente da CNBB; toma posse da diocese no dia 27 de setembro de 2009. No dia 13 de abril de 2011 o Papa Bento XVI o elevou a dignidade de arcebispo, data da criação da Província Eclesiástica de Pelotas. No dia 11 de maio de 2011 foi eleito Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, período concluído em 2015. Aos 25 de junho de 2011 teve seu nome divulgado como membro suplente do Conselho Econômico da CNBB.
Dom Jacinto Bergmann escreve semanalmente seu artigo aqui no site do Treze Horas – www.pelotas13horas.com.br
Confira o Podcast garvado por Dom Jacinto Bergmann ao Treze Horas falando sobre os nove anos em que Pelotas se tornou uma Arquidiocese:
O PÁLIO
O pálio, usado pelo Papa na solenidade de São Pedro e São Paulo é uma vestimenta litúrgica utilizada desde a antiguidade. Trata-se de um faixa de lã branca que é utilizada somente pelo Santo Padre e os arcebispos metropolitanos (o do Papa é diferente ao dos arcebispos), adornado com seis cruzes e três cravos, símbolo da Paixão. Ele é confeccionado com a lã de dois cordeiros que o Pontífice abençoa no dia de Santa Inês (21 de janeiro) e, posteriormente, tecido pelas monjas beneditinas de Santa Cecília. Os novos pálios são colocados em uma urna diante do Túmulo de São Pedro, e no dia 29 de junho é entregue pelo Papa aos novos arcebispos nomeados durante o ano.
Pálio: o que é, como é feito e para que serve.
Pálio
O pálio – derivado do latim pallium, manto de lã – é uma vestimenta litúrgica usada na Igreja Católica, consistindo de uma faixa de pano de lã branca que é colocada sobre ombros dos Arcebispos. Este pano representa a ovelha que o pastor carrega nos ombros, assim como fez Cristo com a ovelha perdida. Desta forma podemos dizer que o palio é o símbolo da missão pastoral do bispo. O pálio é também a prerrogativa dos arcebispos metropolitanos, como símbolo de jurisdição em comunhão com a Santa Sé.
História
Originalmente o pálio era o manto usado pelos filósofos e na arte paleocristã, eram pintados neste “manto” Jesus e os apóstolos . Esta prática foi posteriormente adotada também pela Igreja Cristã, com um uso semelhante ao do omoforion (uma tira de pano), muito mais larga que o pálio, atualmente usada pelos bispos ortodoxos e pelos bispos católicos orientais de rito bizantino. O pálio era originalmente uma única tira de pano enrolada nos ombros e caída no peito na altura do ombro esquerdo; nos primeiros séculos do cristianismo foi trazido por todos os bispos.
Podemos ver nas iconografias que representam os primeiros bispos e santos, como Santo Ambrósio, Santo Atanásio, São João Crisóstomo, Santo Inácio de Antioquia, São Hilário e outros. O primeiro caso conhecido de imposição do pálio a um bispo remonta a 513, quando o Papa Simmaco concedeu o pálio a São Cesário, bispo de Arles.
A partir do século IX reduziu-se ao formato atual de “Y”, com as duas extremidades descendo abaixo do pescoço até o meio do peito e nas costas e se tornando a marca registrada dos arcebispos metropolitanos que o obtiveram pelo papa. O Papa João Paulo II, por ocasião da noite de Natal de 1999, abertura do Jubileu de 2000, usava um omoforion com cruzes vermelhas.
Confecção do pálio
Dois cordeiros cuja lã é destinada, no ano anterior, são criados pelos monges trapistas da Abadia de Tre Fontane, em Roma. E desde 1644, são abençoados pelo Abade Geral dos Cônegos Lateranenses em Basílica, na Via Nomentana Complexo Monumental de Santa Inês, fora dos muros, no dia em que se faz memória da Santa, em 21 de janeiro.
Depois são levados ao Papa no Palácio Apostólico. O pálio é tecido e costurado pelas freiras de clausura do convento romano de Santa Cecília em Trastevere. Os pálios são armazenados na Basílica de San Pietro, em Roma, aos pé do altar de confissão (altar central), muito próximo ao túmulo do Apóstolo Pedro.
Como é pálio
O pálio, em sua forma atual, é uma faixa estreita de tecido, com cerca de cinco centímetros de largura, tecida em lã branca, curvada no meio para poder repousar sobre os ombros acima da casula e com duas abas pretas penduradas na frente e atrás, de modo que – visto tanto na frente quanto atrás – a vestimenta lembra a letra “Y”.
É decorado com seis cruzes negras de seda (que lembram as feridas de Cristo), uma em cada cauda e quatro na curvatura, e é cortado na frente e atrás, com três alfinetes de gema aciculada em forma de alfinete. Essas duas últimas características parecem ser uma lembrança dos momentos em que o pálio era um simples lenço duplo dobrado e pregado com um alfinete no ombro esquerdo.
Piero Marini para o Papa Bento XVI restaurou o uso do longo e cruzado pálio no ombro esquerdo usado até o século IX, deixando inalterada a forma do pálio concedido aos arcebispos, com as duas abas penduradas no alto centro do peito e no meio das costas.
Por ocasião da Missa de 29 de Junho de 2008 (Solenidade dos Santos Pedro e Paulo), o Papa voltou a usar um pálio em formato de “Y”, similar ao usado comumente pelos metropolitas, mas com forma mais ampla e com a cor vermelha das cruzes: essas diferenças hoje poe em evidencia a diversidade da jurisdição, reservado para o Bispo de Roma, enquanto que em épocas anteriores em períodos remotos, não havia este significado particular, dado que eram comuns a todos os bispos, sem distinção.
O mesmo pálio foi usado pelo Papa Francisco após a cerimônia solene de imposição do pálio das mãos do proto-diácono cardeal Jean-Louis Tauran, durante a Missa de inauguração do seu ministério petrino.