14 DE MAIO DE 1973 / 14 DE MAIO DE 2023 – 50 ANOS DEPOIS

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“E para tanto, por conta de cenários inesperados, bastou que chegassem a uma curva em estrada de chão batido, lá na Serra das Asperezas”. Foto: Internet

14 de maio de 1973 / 14 de maio de 2023

50 ANOS DEPOIS!
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Clayton Rocha*
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Ainda com os olhos postos em cenas do passado, lembrando de convívios elevados e fraternos, devemos reforçar em nossa mente aquela ideia segundo a qual “para estar junto não é preciso estar perto, e sim do lado de dentro”.
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João Carlos de Carvalho Alcântara, Clayton Rocha, Ronaldo Cupertino de Moraes e Jorge Fontoura,  quatro estudantes universitários dos anos 70, além de envolvidos pelos mais altos sonhos e por incontáveis projetos profissionais, compreenderam muito cedo as surpresas da caminhada.  E para tanto, por conta de cenários inesperados, bastou que chegassem a uma curva em estrada de chão batido, lá na Serra das Asperezas, em Pinheiro Machado, às 17 horas e 30 minutos de uma segunda-feira ensolarada do 14 de maio, para que encontrassem um endereço de dor, de tragédia e de profundos desencantos.
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Descobrimos ali, fragilizados emocionalmente, que aqueles golpes inesperados – especialmente durante a juventude – permanecem vivos e são sinalizadores do quão efêmera é a vida.
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Aquele que é atingido por uma tragédia guarda consigo as imagens testemunhadas, envolventes e inapagáveis, alcançando, num só instante,  – mesmo que não queira – a marca da maturidade. E então ele se recompõe graças ao tempo, assimila os sinais divinos, e se satisfaz com um sorriso alheio, pedindo pouco e oferecendo muito em gestos de afeto, mas procurando repassar ao outro a necessária compreensão quanto à graça maior, que é a graça da vida!
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POR TODAS ESSAS RAZÕES, AINDA É TEMPO DE LEMBRAR.
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*Jornalista e coordenador do Treze Horas desde 6 de novembro de 1978.