IBRAOLIVA CONCEDE SELO PREMIUM A MELHORES AZEITES DO ANO

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O selo Ibraoliva Produto Premium RS é destinado a azeites de oliva extravirgem feitos com azeitonas produzidas e colhidas no Rio Grande do Sul e processadas em lugares licenciados no Estado. Foto: Tatiana Py Dutra/AgroEffective

Mais de 34 marcas gaúchas mereceram a distinção, entregue na Expointer

Cento e um azeites de 34 marcas gaúchas receberam, nesta terça-feira, dia 29 de agosto, o Selo de Reconhecimento Produtos Premium, concedido pelo Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). A distinção foi entregue em cerimônia realizada na Casa da Febrac na Expointer.

O selo Ibraoliva Produto Premium RS é destinado a azeites de oliva extravirgem feitos com azeitonas produzidas e colhidas no Rio Grande do Sul e processadas em lagares licenciados no Estado. Para se candidatar ao reconhecimento, as propriedades ainda precisam obedecer a legislação – desde normas ambientais e até fiscais. Depois disso, os azeites serão avaliados por um grupo de especialistas do programa Produtos Premium, coordenado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT/RS). Conforme o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, o processo de avaliação é altamente exigente.

“A classificação de azeite extravirgem, mundialmente, é feita pelo Conselho Oleícola Internacional (COI), com parâmetros já definidos. Por exemplo, o índice de acidez, para o COI, é de 0,5%. Para nosso Selo Premium, é 0,3% no máximo. O índice de peróxido no conselho é no número de 20 e, para nós, é 10. Então as regras do Selo Premium são muito mais rigorosas que as regras internacionais”, esclarece.

Produtor de azeites de oliva há cinco anos, Eduardo Winckler teve seu produto premiado pela primeira vez. “É fantástico. Acho que é o coroamento do nosso trabalho, que é um trabalho bem pesado. Estou à frente da operação sempre, também, estou junto no campo, colocando adubo, fazendo tratamento. Então foi o reconhecimento do trabalho de um ano todo, graças a Deus”, diz o produtor dono da marca Olivas D’Altas, produzida no Sítio Laís, em Pedras Altas.

O estado gaúcho é cortado pela linha do Paralelo 30 Sul, que reúne características semelhantes às do Paralelo 30 Norte, que agrupa países de grande tradição oleica, como Grécia, Itália, Espanha, Itália e Portugal. Segundo o presidente do Ibraoliva, isso faz com que o Rio Grande do Sul reúna condições favoráveis à produção de azeitonas, como calor no verão e frio no inverno.  “Claro que as condições de solo são diferentes e nós corrigimos isso para podermos ter uma qualidade especial na nossa oliva. E de fato isso tem acontecido. O manejo que tem sido feito pelos produtores resulta em uma oliva de extrema qualidade e num azeite de categoria superior, o que é comprovado pelas premiações internacionais. Hoje, já em todas as competições que os azeites gaúchos e brasileiros entram são premiados com distinções especiais”, diz Renato Fernandes.

Além de uma distinção concedida para bons produtos, o Selo Premium é ainda uma garantia de qualidade para o consumidor, que sem saber pode estar sendo vítima de falsificações ou de produtos importados de qualidade inferior ao azeite gaúcho. “Eu costumo dizer que realmente os países europeus tem azeites extremamente qualificados, com muita qualidade e muitas premiações, no entanto, esses azeites não vêm para o Brasil. O que vem para cá são azeites standard, padrão, que reconhecidamente são azeites de qualidade abaixo do que se produz aqui no Brasil”, afirma o dirigente.

Fernandes acrescenta que o extravirgem é um azeite de alta categoria resultante de um processo de produção e armazenagem sem defeitos em seus atributos de picância, amargor e frutado. O produto que tem alguma imperfeição no processo pode adquirir sabor rançoso, mofado ou avinagrado. Assim, ele é rebaixado para a categoria de virgem, um azeite de segunda categoria. Já o lampante é um azeite impróprio para consumo, que só serviria iluminação, mas ainda assim é vendido como alimento. “O Ministério da Agricultura e Pecuária, que é responsável pela fiscalização de azeites, tem feito apreensões recorrentes, inclusive de produtos misturados com outros óleos que não são olivas, e em classificações diferentes de extravirgem, virgem e lampante. Basta procurar nas mídias que vai se encontrar azeites de prateleira lampantes vendidos como extravirgens. Isso é um crime à saúde do consumidor. Precisamos alertar ao consumidor que quase sempre está levando gato por lebre”, adverte o presidente.

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