ARTIGO – TEORIA DA RELATIVIDADE

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TEORIA DA RELATIVIDADE

José Luís Marasco C. Leite*

A teoria da relatividade tem sido vista, por cientistas de todos os credos políticos, como a ideia mais brilhante que veio a florescer em toda a história da humanidade. Tempo e espaço – ela afirma – são conceitos relativos e entrelaçados. O tempo, segundo o que entendi do não muito que li, é uma espécie de trilho onde nossa existência e a existência de todas as coisas transita (uma pergunta, porém, permanece e – acredito – haverá de permanecer: para onde?).

O tempo não é uma medida universal, não tem a mesma dimensão para todos. Depende do lugar no espaço a partir do qual esteja sendo considerado. Varia, assim, conforme o “ponto de vista” de cada observador, o que conduz, então, à certeza de que “tudo é relativo”. Pensei nisso quando, conversando hoje com meu filho Gabriel, começamos a fazer comparações entre o momento político brasileiro atual e o momento político brasileiro pré-sessenta e quatro.

Não quero aprofundar-me em análises as quais, por certo, como um Einstein Sociólogo quereria, partiriam da visão que tenho desde o lugar que ocupo no “espaço sociocultural” de “meu tempo”. Anoto, apenas, que, em comum aos dois momentos, ações tidas como arbitrárias foram e são justificadas, no pensar do lado tido como vitorioso, em um e em outro caso, como necessárias para defender a democracia, ante o emergir violento de movimentos ideológicos totalitários.

Traindo meu propósito de isenção, não posso deixar de anotar, porém, que, no caso mais antigo, a ação arbitrária emanara, então, das Forças Armadas e se dirigia a destituir um governo eleito, enquanto que, no momento atual, volta-se a manter um governo eleito e provém do Poder Judiciário, o que – para insistir na ideia matriz desta crônica – relativiza, no mínimo profundamente, que seja ela, verdadeiramente, arbitrariedade.