Da Zero Horas – Joanna Manhago
Segundo anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, município registrou 102 mortes em 2022
Rio Grande, apareceu na 24ª posição do ranking das cidades mais violentas do Brasil, divulgado no anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, na segunda quinzena de julho deste ano. Os dados são referentes ao ano de 2022, quando foram registradas 102 mortes violentas no município, a maior marca entre as cidades do Interior. O município está nessa posição com uma taxa de 53,2 assassinatos para cada grupo de 100 mil pessoas.
Guerra de facções
De acordo com as forças de segurança e especialistas, o número expressivo de mortes violentas em 2022 tem relação com a guerra entre facções pelo controle do tráfico de drogas na região. De um lado, estava um grupo já estabelecido na cidade, do outro, uma organização da Região Metropolitana que buscava expandir a atuação pelo Interior.
Em um episódio envolvendo o conflito, uma das facções elaborou um plano falso de fuga para os líderes dos traficantes rivais presos na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. O objetivo era chamar atenção das autoridades sobre o criminoso conhecido como Fábio do Gás e interferir no comando do tráfico em Rio Grande. O líder e mandante da farsa também estavam presos na Pasc. O fato acirrou o conflito entre os grupos e, na esteira dessa briga, as mortes violentas aumentaram.
Vítimas
Foram 102 vítimas fatais de mortes violentas no ano de 2022. Desses casos, nem todos estavam envolvidos com as grupos criminosos que buscam o domínio do tráfico de drogas em Rio Grande. As autoridades apontam que essa não é mais a realidade de Rio Grande. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do RS, de 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, houve 28 mortes violentas, uma redução de 56,9% na comparação com o mesmo período de 2022.
Virada da paz
Na tentativa de reduzir a criminalidade, a prefeitura lançoi o Programa Virada da Paz, que tem como objetivo realizar um levantamento preciso dos crimes ocorridos no município. Analisando desde os bairros de maior incidência, idades das pessoas envolvidas, períodos do ano, entre outros fatores.
A iniciativa quer solucionar o problema a longo prazo por meio de políticas públicas que evitem que a comunidade se envolva com a criminalidade. O número de adolescentes e jovens que ingressam em facções criminosas é expressivo.
— Vejo isso como uma noção distorcida de valores. Além disso, esse sistema dá a eles uma falsa ideia de sucesso, inserção social e livre acesso ao consumo de bens. Só que essa é uma trajetória fadada à ruína, seja pelas grades, seja pelo caixão. Não podemos entender que o problema da criminalidade é isolado à segurança pública — disse a delegada.