ARTIGO – PESQUISA ELEITORAL E “FAKE NEWS”: O QUE TÊM EM COMUM?

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PESQUISA ELEITORAL E “FAKE NEWS”: O que têm em comum?

Fabrício Iribarrem*

O recente resultado de primeiro turno das eleições de 2022 escancararam as desastrosas falhas nas pesquisas eleitorais feitas pelos institutos de pesquisa no Brasil.

O instituto que chegou mais perto na diferença de votos entre Lula e Bolsonaro, Paraná Pesquisas, errou em 36%, sendo a projeção 7,1 pontos percentuais, contra efetivos 5,2 no pleito. IPEC, IPESPE e Datafolha indicaram 14 pontos percentuais, 269% de erro.

Entendo que pesquisa eleitoral é um estudo social inexato, mas não assim com esse tamanho de erro! A necessidade de lisura eleitoral é fator fundamental para uma democracia robusta. Constantemente as regras são revistas para garantir essa lisura: como financiar as campanhas, os formatos de votação, o marketing dos candidatos.

Por vezes detalhes excessivos são judicializados, como o tamanho de letra em cartazes, por terem suas devidas regras. Em 2022, veio à atenção do TSE as chamadas “Fake News”, em especial nas vias digitais. Criouse um sistema que define o que é, e o que não é verdade sobre candidatos e suas campanhas, e a partir disso, a interferência jurisdicional do TSE.

Isso porque se entende, com certa razão, que notícias sabidamente falsas podem influenciar negativamente a eleição. Afinal, caso fosse noticiado, inveridicamente, que determinado candidato A teve sua campanha cassada, preliminarmente ao pleito, essa notícia influenciaria negativamente tal candidato. Isso posto, qual a relação entre as “Fake News” e as Pesquisas Eleitorais? Ambas podem influenciar o pleito. E muito!

Se eu já sei que determinado candidato está muito a frente de outro, antes do pleito, será que eu me daria o trabalho de votar? Será que eu não mudaria minha escolha para um “voto útil”, e encerrar o pleito antes? Não há qualquer dúvida que Pesquisa Eleitoral tem grande influência em eleições.

A dúvida é porque ela não tem a mesma atenção de regramento, tal qual tem as “Fake News”, ou o tamanho da fonte das propagandas eleitorais. Fica uma pauta importante para o novo Congresso Eleito. Criar bases regradas para os Institutos de Pesquisa Eleitoral seguirem. Até lá, que se proíba a divulgação delas se queremos lisura e equidade eleitoral.

*Eng. Eletricista e Advogado – Diretor Comercial GEBRAS