ARTIGO – PANDEMIA CHEGA AO FIM EM PELOTAS?

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ARTIGO – PANDEMIA CHEGA AO FIM EM PELOTAS?

Paulo Gastal Neto*

Em que pese o gabinete de crise do governo do estado tenha emitido ‘Aviso’ para a região 21 – que abriga Pelotas – em relação a posição diante da pandemia, a cidade parece que decretou o término da mesma. É a sensação.

O decreto nº 6.470/2021, desta sexta-feira aqui de Pelotas, maior município da região, nos trás uma nova regulamentação que passa a permitir o funcionamento dos comércios, bares, restaurantes, salões de festas, eventos e similares, durante os horários estabelecidos pelos alvarás de cada empreendimento. Em resumo: chega ao fim qualquer restrição de horário, por aqui, mesmo que os técnicos do GT Saúde, tenham chamado a atenção para o aumento contínuo de casos de Covid-19 na nossa região.

Pelotas-21 lidera o indicador, com quase o dobro da média estadual, justifica este novo ‘Aviso’ do gabinete. Foram registrados 158,8 novos casos por 100 mil habitantes na R-21, enquanto que a média estadual no mesmo período foi de 83,4 casos por 100 mil habitantes. A esse aumento, soma-se o fato de a região ter a quarta menor taxa de imunizados, totalizando 39,3% da população com o esquema vacinal completo, enquanto a proporção no RS é de 44,3%.

Vale lembrar que segue a obrigatoriedade do cumprimento dos protocolos sanitários e de distanciamento social para prevenção ao coronavírus, que constam nos regramentos municipais e vigentes, além daqueles estabelecidos pelo Sistema 3As de Monitoramento do governo do Estado, apesar do decreto de hoje. Porém a decisão desta sexta-feira contém uma inevitável contradição: escolas municipais apresentaram casos positivos e fecharam suas portas. Números indicativos da segunda dose aplicada ainda estão aquém do restante do estado, onde muitas cidades continuam a manter restrições de horários. E o principal: sabe-se muito bem que em Pelotas, o principal município da R-21, existe uma propensão inevitável por reuniões noturnas que varam a madrugada, um ‘prato cheio’ para aglomerações, negligências em relação a cuidados e a consequente inexistência de possibilidade da autoridade fiscalizar. Não seria mais prudente, neste momento, incrementar vacinação para combater esse déficit em relação ao restante do estado? Não seria mais razoável um esforço final visando a melhoria de indicadores para que possamos ter um verão mais tranquilo? Questões que me chegam e que divido com os leitores.

Torço, num primeiro momento para estar equivocado, porém se as autoridades estiverem no caminho certo é um indicativo de fim da pandemia.

*Radialista e editor do www.pelotas13horas.com.br