
Podcast – Memória do Treze Horas – Jornalista Clayr Lobo Rochefort no Treze Horas – 1999
O Memória do Treze Horas deste domingo relembra o jornalista Clayr Lobo Rochefort, que participava seguidamente do programa. Foi editor do Diário Popular por mais de 60 anos e sob sua direção o jornal rumou para a modernidade, deixando os linotipos em favor do off-set, adotando o formato tabloide e a impressão em cores. O jornalista da velha máquina de escrever adaptou-se aos computadores e levou o jornal que nascera no século XIX a um público mais amplo e menos ideologizado. Clayr Lobo Rochefort nasceu em 25 de maio de 1928, chegou de Piratini em 1941 para seguir os estudos médios (no Colégio Gonzaga) e superiores (Curso de Direito). Sua carreira começou como revisor de textos em 1948, época em que não existia o curso de jornalismo no Brasil.

Na década de 1930, o Diário Popular esteve fechado em dois períodos (1932 e 1937), em choque com o Estado Novo, reabrindo definitivamente em 1938, já sem a atuação político-partidária que tinha no início. Clayr veio conhecer o Diário Popular nessa segunda época, de ações sociais, anúncios comerciais, reportagens do cotidiano e colunas de opinião. Também foi redator-chefe do vespertino A Opinião Pública, de 1952 até 1961.
Clayr ingressou na vida político-partidária em 1963, como vereador pelo PSD, sendo, após o golpe militar, chefe de gabinete de Edmar Fetter, quando este foi prefeito em Pelotas (1966-68) e depois, em Porto Alegre, quando Fetter foi vice-governador (período Euclides Triches, 1971-75). Ainda no regime militar, Clayr fez a opção pelo jornalismo, deixando a função política, e radicado em Pelotas. Desde então, passou a conduzir o Diário, em sua terceira fase, de modernização (pós 1977).
Em 2002, o redator de editoriais e reportagens tomou posse de uma cadeira na Academia Pelotense de Letras, tendo como patrono o jornalista Antônio Joaquim Dias. Em 2008, completando 60 anos de atividade no Diário Popular, recebeu homenagens e em 2010 despediu-se da vida jornalística com o que melhor sabia fazer: um artigo em forma de uma crônica autobiográfica sobre seus 62 anos de trabalho, Jornalismo, escola de vida.

Clayr Lobo Rochefort morreu no dia 22 de janeiro de 2012.
Manoel Soares Magalhães anunciou em seu blogue o falecimento do ex-colega de jornal:
Natural de Piratini, Clayr tinha um jeito interiorano de ser, calmo e pacifico, afeito à diplomacia. Em noites de boêmia, décadas atrás, quieto a um canto, meio aos veteranos do Diário, mais de uma vez ouvi Clayr cantar e tocar violão na companhia de Irajá Nunes, Honório Sinot, Hernani Cavalheiros, entre outros jornalistas, de uma época em que fazer jornalismo confundia-se com romantismo, idealismo. Em sua passagem pela direção da Gráfica Diário Popular, o velho matutino engrenou uma “primeira” e entrou de vez na modernidade.
O Pelotas Treze Horas se socorreu no Blog – Pelotas Cultural – de Francisco Antônio Vidal. O Pelotas Cultura também tem na sua editoria a ideia de preservar a memória de Pelotas e suas personalidades. www.pelotascultura.blogspot.com
https://pelotascultural.blogspot.com/2012/01/clayr-lobo-rochefort.html