Foram prorrogadas até 9 de maio as inscrições para a edição 2023 do Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS, iniciativa da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), em parceria com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva).
Para a titular da Sict, Simone Stülp, a iniciativa de criação do selo marca uma nova fase da olivicultura gaúcha, mais consolidada e reconhecida. “Essa chancela do Estado traz credibilidade para o processo, que é capitaneado pelo programa Produtos Premium, da Sict”, destaca a secretária. “Temos também o selo da carne premium gaúcha e, em breve, vamos selar a ovinocultura e a cachaça.”
A olivicultura no Rio Grande do Sul está relacionada com o setor de inovação. Até 20 anos atrás, dizia-se que o Estado não teria sucesso na produção de azeite de oliva, em função do clima considerado impróprio e da falta de capacidade técnica. No entanto, os produtores que apostaram nessa cultura, mesmo com o prognóstico negativo, colhem hoje o investimento que fizeram em pesquisa, formação e maquinário. Hoje, o Estado é o maior produtor de azeite de oliva do Brasil, respondendo por 75% da produção nacional, conforme dados do Ibraoliva.
O produtor André Sittoni Goelzer, da Estância das Oliveiras, em Viamão, e o engenheiro agrônomo Fabricio Carlotto, do Recanto Maestro, em Restinga Sêca, reforçam esse relato. Ambos os empreendimentos participaram da edição 2022 do Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS, iniciativa que reconhece o azeite de oliva extravirgem produzido no Estado.
“A partir do momento em que novas variedades foram testadas, o maquinário foi estruturado e engenheiros agrônomos se especializaram na técnica, começamos a melhorar muito a qualidade e a produtividade aqui no Estado”, conta Goelzer. Como se trata de uma cultura jovem, desenvolvida principalmente nas duas últimas décadas no Rio Grande do Sul, os produtores aprendem mais a cada ciclo e, como afirma Goelzer, já alcançam um patamar de excelência.
“Em poucos anos, o Brasil passou a ser reconhecido internacionalmente. Ainda não pelo volume, que vem crescendo a cada ano, mas pela qualidade”, reforça Carlotto. “Vários azeites brasileiros, incluindo alguns gaúchos, vêm recebendo premiações. Por todos esses resultados que vem obtendo, o azeite pode ser considerado uma inovação”. O engenheiro agrônomo enfatiza, ainda, outros aspectos inovadores relacionados à olivicultura, que ainda estão em fase inicial, como o reaproveitamento dos resíduos da extração (para ração animal, consumo humano ou até indústria de cosméticos) e o olivoturismo (nos olivais do Estado).
Para Goelzer, a inovação do setor olivícola gaúcho está num conjunto de fatores. “Vejo a inovação na parte agronômica, no trabalho do campo, nas pessoas que investiram nessa cultura”, disse. “Na parte agroindustrial, trabalhamos com variedades diferentes, investimos em novas máquinas. Na parte técnica, temos mestres de lagares competentes para fazer produtos de categoria internacional.”
Segundo Carlotto, toda essa dedicação gerou um produto premium, com qualidade superior a outros encontrados no mercado, incluindo marcas internacionais. Com a chegada do selo premium da Sict e do Ibraoliva para o azeite de oliva extravirgem, o produtor do Rio Grande do Sul passou a contar com um diferencial. “Quando o produtor obtém o selo premium, ele agrega valor ao azeite e mostra ao mercado consumidor que se trata de um produto de qualidade”, conclui Carlotto.
Inscrições prorrogadas
As inscrições para a edição 2023 do Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS vão até 9 de maio e devem ser feitas por formulário on-line. O regulamento está disponível no site da Sict.