OS VELHOS TROPEIROS
Clayton Rocha*
Penso nos velhos Tropeiros do Rio Grande do Sul! Nesses vultos lendários que conviveram com toda a sorte de dificuldades na geografia do pampa. E por conta dessa hora dramática, até confesso: Eu muito apreciaria entrevistar – e sem pressa – um velho Tropeiro do nosso Rio Grande!
Eu costumava fazer cavalgadas pelos campos Cerritenses, lá bem perto do rio Piratini, pronunciando em voz alta com vento forte no rosto alguns dos versos do Juarez Machado de Faria, e que muito me agradavam: – Na rua marcada a cascos do Piratini campeiro, aquele velho entonado levava ao coco um sombreiro, sempre envergando a bombacha e o jeito guapo e faceiro!
Cada palavra do causo era um casulo encantado a descobrir velhos traços de um Rio Grande abarbarado – MAS ONDE UM FIO DE BIGODE TINHA O VALOR DE UM TRATADO!
E ele rasgou rumos por esses rincões afora, tropeiro de olhos acesos testemunhando as auroras! Conhecedor de araçás, de guabijus e de amoras… .
Sábado, 11 de maio de 2024.
*Jornalista