O NOBEL DA PAZ
Ivon Carrico*
Dentre as premiações anuais do Prêmio Nobel, o da Paz é o que mais se diferencia e encanta. Enquanto os demais são concedidos na Suécia, o Prêmio Nobel da Paz é entregue em Oslo, capital da Noruega.
Já, a relevância da sua concessão toca corações e mentes, ao elevar a condição humana ao altar da suprema dignidade da vida.
Dentre os grandes nomes, honrados com tamanha distinção, o Nelson Mandela, a Madre Teresa de Calcutá, o Martin Luther King e a Malala Yousafzai encantaram e influenciaram milhões, diante de suas emocionantes histórias de vida e superação.
Este ano – 2023 – o Nobel da Paz foi concedido a Narges Mohammadi. E, em 2003, uma outra Iraniana,Shirin Ebadi, recebeu, também, a mesma distinção. Ambas se destacam pelo ativismo em favor dos direitos humanos.
Ao conceder a mesma distinção a 02 Iranianas – no espaço de 20 anos – o Comitê Norueguês do Nobel alerta o mundo sobre a recorrente opressão existente naquele País. Patrocinada pelo Estado.
Dada a dimensão e a repercussão dessas 02 premiações acredito que, em algum momento, o Irã irá rever suas práticas. Como já acontece, hoje, na Arábia Saudita, Regime igualmente opressor que, mesmo sem qualquer Nobel, inicia tímidas iniciativas na área.
Mas,… tal como lá, a vida – aqui no Brasil, também – é banalizada. Lá, até pelo não uso de um véu. Aqui, pela completa omissão e inação do Estado em estancar a violência diuturna.
Estamos na mesma. Nem Nobel da Paz resolve, ainda que haja candidato.
*Ivon Carrico é pelotense, mora em Brasília, atuando na administração há quase 50 anos. Atuou na ANVISA e na Presidência da República. Brasília: 06/10/2023