TRÍADE: SEMENTES X PENSAMENTOS X LIBERDADE
Neiff Satte Alam*
As sementes são vidas encapsuladas, em latência, aguardando momentos e condições ideais para germinarem e darem curso aos seus propósitos de desenvolvimento, determinados por uma genética programada para dar curso a cada nova vida que produzirá novas sementes.
Assim também funcionam as ideias e pensamentos que restam latentes em nossos cérebros – Inteligência Humana que aguarda as condições ideais para se desenvolver gerando novas ideias que se transformarão em fatos, assim alternando em um infinito mecanismo de interação fato/ideia.
Sementes e ideias/pensamentos precisam de condições para passar da latência e atingirem seus propósitos, ambas impressas em DNAs, que só aguardam os gatilhos serem pressionados. No primeiro caso teremos plantas que produzirão descendentes programados dando continuidade à espécie, no segundo caso teremos uma evolução do pensamento; um desenvolvimento cognitivo; novas ideias sobre o bom uso da inteligência humana; uma hominização/humanização crescente.
Para que este processo de humanização/hominização tenha bons frutos, assim como os das sementes que saem da dormência, há necessidade de um acompanhamento pedagógico que promova um aprendizado para autonomia de pensamentos construídos para que as ideias sejam independentes e livres para construção de novas ideias/pensamentos/ações/fatos.
Esta germinação de ideias, com autonomia, que levará o Homem à conquista de uma liberdade impulsionadora de novas construções de pensamentos, conhecimentos e competências.
Os periféricos necessários para que estes eventos aconteçam está nas novas tecnologias de informação, na Inteligência Artificial, nossa caixa de ferramentas criada para ser o gatilho de novos saltos da Inteligência Humana. Estes saltos não podem ser interrompidos pelas retrógradas ações de boicote à liberdade gestada por uma Pedagogia que tenha como propósito a autonomia na construção de conhecimento.
Enfim, se impedirmos o avanço tecnológico através da inviabilização de informações pelas Redes Sociais, estaremos matando as sementes que poderão estar gestando novos e importante conhecimentos para a humanidade, assim como aconteceu na Inquisição, nos governos autoritários nazifascistas e comunistas, nas teocracias e em outros tantos “filhotes” destas excrescências, todos estes ainda latentes como ocorre em sementes de plantas invasoras, parasitas/predadoras que obstaculizam uma humanização que fica correndo atrás da hominização onde ambas perdem. Nosso futuro depende de nossa capacidade de derrubarmos os muros que impedem o fluxo de liberdade de pensamentos/ideias na construção de um “Mundo sem Fronteira” e que matam as sementes antes que possam gestar plantas que produzirão novas sementes…
*Biólogo, Professor de Biologia e Especialista em Informática na Educação. Participa do Treze Horas desde a sua criação, em 1978.