TREZE HORAS UTILIDADE PÚBLICA: O QUE É O CORONAVÍRUS

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VÍRUS – O novo coronavírus (2019-nCoV) é um vírus identificado como a causa de um surto de doença respiratória detectado, iniciado em Wuhan, China. O coronavírus faz parte de uma grande família de vírus, comuns em diferentes espécies de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos. Excepcionalmente, os coronavírus podem infectar humanos e depois se disseminar entre pessoas como ocorre na Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e na Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Na Infecção Humana pelo Novo Coronavírus (2019-nCoV) o espectro clínico não está descrito completamente, bem como não se sabe o padrão de letalidade, mortalidade, infectividade e transmissibilidade. Não há vacina ou medicamento específico disponível. O tratamento é de suporte e inespecífico.

Quanto à disseminação de pessoa para pessoa, acredita-se que ocorra principalmente por meio de gotículas respiratórias. O período médio de incubação da infecção por coronavírus é de 5 dias, com intervalo que pode chegar até 16 dias. Já a transmissibilidade dos pacientes infectados é em média de 7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do Novo Coronavírus sugerem que a transmissão possa ocorrer, mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há informação suficiente de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas que uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus.

Os sintomas comuns no início da doença são febre, tosse e mialgia ou fadiga e os menos comuns são expectoração, dor de cabeça, hemoptise, diarreia, dispnéia e linfopenia. As complicações incluem síndrome respiratória aguda grave, lesão cardíaca aguda, infecção secundária e óbito. Essas características clínicas não são específicas e podem ser similares àquelas causadas por outros vírus respiratórios, que também ocorrem sob a forma de surtos e, eventualmente, circulam ao mesmo tempo, tais como influenza, parainfluenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório, adenovírus, outros coronavírus, dentre outros.

O diagnóstico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame físico. É recomendável que todos os casos de síndrome gripal sejam questionados quanto ao histórico de viagem para o exterior ou contato próximo com pessoas que tenham viajado para o exterior. O diagnóstico laboratorial é a através de secreção da nasofaringe (SNF). Na presença de sintomatologia, a coleta deve ser feita, preferencialmente, até o terceiro dia, podendo ser coletado até o sétimo dia, através da coleta de aspirado de nasofaringe ou swab combinado nasal/oral ou amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado broncoalveolar). Após coleta, o material é encaminhado ao LACEN, laboratório de referência no Estado do Rio Grande do Sul.

Alguns casos confirmados ou suspeitos para o novo coronavírus podem não necessitar de hospitalização, podendo ser acompanhados em domicílio. Porém, é necessário avaliar cada caso, levando-se em consideração se o ambiente residencial é adequado e se o paciente é capaz de seguir as medidas de precaução recomendadas pela equipe de saúde.