PANDEMIA: ESTUDO DA FURG MOSTRA QUE NÚMERO DE NOVOS CASOS DE COVID-19 EM RIO GRANDE E PELOTAS CONTINUAM CRESCENDO

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Dados de Rio Grande – Fonte / Imagem: FURG

Estudo inclui previsões para os municípios nos próximos 20 dias

A análise desenvolvida por pesquisadores do Projeto Exactum, do Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef) da FURG, indica a continuação da aceleração na taxa de contaminação por Covid-19 em Rio Grande, Pelotas e em todo o Rio Grande do Sul, mas com menor intensidade com relação ao último estudo feito em 20 de janeiro. As causas prováveis para aumento dos números podem ser associadas ao relaxamento de medidas de prevenção e ao surgimento da variante Ômicron. O parâmetro mais significativo de uma epidemia é o Índice de Reprodução Basal (R0).
 

No dia 5 de fevereiro, Rio Grande estava com R0=1,1, ou seja, 100 novos infectados transmitem para outros 110 indivíduos, caracterizando crescimento acelerado. Pelotas estava com R0=1,09, ou seja, 100 novos infectados transmitem para outros 109 indivíduos, caracterizando também crescimento acelerado.

O ideal é que o índice R0 esteja inferior a 1, provocando assim desaceleração no crescimento do número de casos e, para que isso ocorra, são necessárias medidas de prevenção, sendo as principais a vacinação da população e a ampliação do isolamento social. O distanciamento social em lugares públicos, o uso obrigatório de máscaras e atitudes frequentes de higienização das mãos também contribuem para a diminuição do índice R0.

Segundo os dados reais, coletados até 5 de fevereiro, das cidades de Pelotas, Rio Grande e mais dez municípios do RS possibilitaram identificações paramétricas e posteriores previsões para os próximos 20 dias, cujos resultados detalhados estão no módulo Simcovid do site exactum. As figuras seguintes resumem as situações de Pelotas e Rio Grande. Os pontos em vermelho correspondem ao número acumulado de casos reais, enquanto a curva em azul é a simulação com o modelo.

A continuação da curva em azul para além dos pontos em vermelho corresponde à previsão para os próximos 20 dias. O modelo prevê que Pelotas passará de 67.456 casos confirmados em 5 de fevereiro para 86.081 em 25 de fevereiro, enquanto Rio Grande passará de 24.681 casos confirmados para 27.430, nas mesmas datas. Estas previsões poderão se confirmar se não houver mudanças nas situações atuais dos municípios, principalmente correlatas ao isolamento social e ao ritmo da vacinação.

Dados de Pelotas – Fonte / Imagem: FURG

Pico da Ômicron

Uma média ponderada, com relação à população, do índice R0 das doze cidades pesquisadas: Bagé, Canoas, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, São Borja, Uruguaiana, permitiu identificar em 4 de fevereiro, uma aproximação para esse índice no RS, equivalente a 1,06. Ainda em janeiro, o grupo de pesquisa realizou previsões indicando que o pico dessa atual onda Ômicron seria por volta do dia 20 de fevereiro, com margem de erro estimada em mais ou menos cinco dias. Os pesquisadores informam que esta previsão continua mantida. A expectativa dos professores que conduzem a pesquisa é que a nova sub variante da Ômicron, a BA.2, que já está em circulação no Brasil, tenha comportamento semelhante a original, principalmente correlato à perda de desempenho quanto à evolução para quadros graves da infecção.

Entretanto, já é fato que essa nova sub variante é mais transmissível, ou seja, evoluiu para ganhar desempenho na transmissibilidade. Por esta razão os professores entendem que os cuidados de prevenção dever ser mantidos, principalmente no próximo período de carnaval.

Análise

A presente análise foi extraída dos resultados recentes divulgados na modelagem Simcovid, realizada pelos professores Sebastião Gomes e Igor Monteiro, do Imef (FURG), além do professor Carlos Rocha (IFRS). A modelagem Simcovid é um dos dois módulos do projeto que gerou o site do projeto este integrado por diversos professores do IMEF.