LINHA AÉREA PELOTAS – SÃO PAULO, UMA CONQUISTA DO TREZE HORAS

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Dr Hélio Smidt, presidente da Varig, recebe de Gilberto Isaacsson e de Êmede Bohns, presidente do CDL, miniatura da primeira estação de passageiros da VARIG em Pelotas.

O Memória do Treze Horas de hoje relembra um feito da década de 80. A construção, a partir do Treze Horas, de forças comunitárias e regionais que conseguiram reativar o trânsito de passageiros no Aeroporto de Pelotas (Hoje Aeroporto João Simões Lopes Neto por outra iniciativa do Treze Horas) com a ativação de uma linha aérea entre Pelotas e São Paulo, como relata o jornalista Clayton Rocha em texto especial de hoje:

LINHA AÉREA PELOTAS – SÃO PAULO

Por Clayton Rocha

A rodovia Hélio Smidt tem seu traçado inteiramente localizado em Guarulhos, ligando a rodovia Ayrton Senna ao aeroporto de Cumbica. Pois foi cumprindo esse trajeto que retornei no tempo para recuperar gestos de Hélio Smidt, o presidente da Varig que gostava de Pelotas.

Um avião Brasília da Rio-Sul, esta comandada pelo baiano Humberto Costa, passou a unir as cidades de São Paulo e de Pelotas na década de oitenta. Aquela velha estação de passageiros da Varig Pelotas, um símbolo da empresa, dos tempos do hidroavião Atlântico que fazia a linha Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande, foi a fonte motivadora para a criação da histórica linha aérea. Lideranças de R Grande e de Pelotas mostraram determinação e sintonia fina ao abraçar a causa de uma iniciativa do Debate 13 Horas.

Coube ao exemplar Gilberto Amaral Isaacsson, o homem Varig na Zona Sul do RS, recepcionar a comitiva paulista, juntamente com José Maria Carvalho da Silva, o prefeito de Pelotas. A bordo do Brasília da Rio-Sul, em voo inaugural, coube ao presidente da empresa dr Humberto Costa e ao representante do Debate da Católica de Pelotas.
Dr Humberto Costa, presidente da Rio-Sul, empresa aérea do Grupo Varig, propõe brinde a bordo do primeiro voo do Brasília, entre S Paulo e Pelotas.

A execução daquele brinde que selaria o pacto aéreo entre o Sul do Rio Grande e a capital bandeirante. A Varig reconhecia e valorizava as suas origens, que tinha as cidades de Pelotas e Rio Grande como endereços de seus próprios alicerces.

Foi no Clube de Caça e Pesca de Pelotas, durante grande noitada, que o diretor das Empresas Petróleo Ipiranga Roberto Tellechea Filho fortaleceu, em discurso, o pacto de integração entre Rio Grande e Pelotas, os dois grandes berços negros e portugueses do Estado do Rio Grande do Sul. Esses episódios todos que nos devolvem àquela década de oitenta, são convites diários ao contínuo estreitamento de laços entre as duas mais importantes cidades da Zona Sul nestes emblemáticos tempos de tantos pontos de interrogação a desafiar a nossa própria capacidade criativa. O velho São Gonçalo que a ambas beneficia através de seus espelhos de água, e que as une por conta de seu próprio nome, haverá de fortalecer esse espírito de unidade regional na sua condição de Canal da Integração.
Avião Brasília da Rio Sul que fazia a linha Pelotas – São Paulo.
A VARIG COMEÇOU AQUI EM 1929 !
Fundado em 1927, o terminal surgiu como uma pequena estação de passageiros construída, em madeira de lei, pela Varig, às margens do Rio São Gonçalo.

O Aeroporto Internacional de Pelotas/João Simão Lopes Neto (RS) completou no último 8/5 91 anos de operações. Fundado em 1927, o terminal surgiu como uma pequena estação de passageiros construída, em madeira de lei, pela Varig, às margens do Rio São Gonçalo.

O voo inaugural, no então terminal de madeira, foi realizado em 8 de maio de 1929, por um hidroavião da Varig modelo DORNIER, com seis assentos.

O terminal de passageiros remonta à história da aviação na região de Pelotas desde a década 20. Mas, apenas em 1980, o Quinto Comando Aéreo Regional (V Comar) passou o aeroporto à jurisdição da Infraero. No saguão principal do aeroporto, os passageiros podem apreciar a maquete da edificação de madeira, que fica em exposição permanente.

HELIO SMIDT

Helio Smidt

Helio Smidt nasceu em Porto Alegre em 9 de maio de 1925 e morreu em Nova Iorque em 11 de abril de 1990.  Foi presidente da VARIG – Viação Aérea Riograndense entre abril de 1980 até à data de seu falecimento. Foi o responsável por introduzir no Brasil a aeronave Boeing 747, na época, o maior avião comercial de transporte de passageiros do mundo.