O Desafio das Santas Casas no Brasil
Eduardo Cardoso Bastos*
Em dados colhidos recentemente no noticiário nacional tomei conhecimento que as dívidas das Santas Casas no Brasil totalizaram em 2020, ano do início da pandemia, num montante superior a R$ 17 bilhões de reais. Numa análise simplista podemos perceber que somando os dois aportes pelo governo federal: em 2021 R$ 2 bilhões reais e agora, em 2023 outros R$ 2 bilhões, as Santas Casas não conseguem sequer chegar a receber 1/3 do total lhes deviDO.
Grande parte deste passivo é oriundo das tabelas defasadas que remuneram os serviços prestados ao próprio SUS. O trabalho das entidades de representatividade tem sido muito atuante mas o problema é muito mais amplo e passa por soluções imediatas, como a imediata atualização das tabelas, programas de refinanciamento de dívidas com médicos e fornecedores, apoio dos bancos estatais, como BNDES por exemplo.
Temos o maior sistema de saude do mundo, que atende 200 milhões de pessoas, que é o SUS – Sistema Único de Saúde – e o seu maior suporte no Brasil são as Santas Casas. Fomentar negócios entre empresas do segmento com trabalho colaborativo e cooperativo entre Hospitais, Laboratórios e Planos de Saúde pode ser um dos caminhos.
Esclarecer a população, que hospitais públicos federais estão muito bem obrigado em relação a sua saúde financeira, sendo financiados 100% pelo governo federal.
As santas Casas precisam ter um olhar mais criterioso, por serem os hospitais que prestam serviços viabilizando o sistema SUS chegar até a ponta mais necessitada da população brasileira ao prestar serviços em todo o território nacional por meio de convênios de prestação de serviço. Temos que defender imediatamente uma solução para esses impasses por parte dos entes federais e estaduais e com o apoio político dos nossos representantes. Parabéns as instituições que tem realizado um grande movimento nesse sentido.
*Eduardo Cardoso Bastos é Coordenador de Compras/Suprimentos na Santa Casa de Misericórdia de Pelotas.
