Clayton Rocha e o Treze Horas – Custódio Arruda Gomes*
Conheci Clayton Ottoni Rocha da Costa há quase 50 anos, quando ele alugava carros e na locadora do Fernando Kraft. Ele era amigo de um amigo meu, Ronaldo Fossati Pinto e esse selecionava músicas para serem tocadas em um programa que o Clayton apresentava na rádio Universidade. Depois disso fui estudar em Porto Alegre, e quando voltei o Pelotas Treze Horas já existia e era líder de audiência e um respeitável formador de opinião.
Por algumas vezes fui convidado a participar do Treze quando exercia cargos públicos, mas qual não foi minha surpresa e satisfação em ser convidado a participar como membro da equipe, alguns anos mais tarde. Fui aos poucos entendendo a dinâmica do programa e constatando que Clayton se comporta como o capitão de uma embarcação, que na maior parte dos dias, navega em mares revoltos, e, aí entendemos que, por vontade do Capitão e circunstâncias de momento o programa cria “vida e alma próprias”, e nos leva, não onde inicialmente os participantes imaginavam, mas onde a vida nos quer.
Participar do Treze, alem de uma alegria única, é uma aprendizagem constante. Lá temos adversários ferrenhos no embate de ideias, mas ao mesmo tempo fazemos grandes amigos. Lá fiz grandes amigos e consolidei outras amizades, e apesar de não ter participado dos 41 anos que o programa comemora agora, me sinto parte integrante desta maravilhosa historia de luta para levar ao ouvinte todas as matizes possíveis de opinião, sem censura e sem sectarismo. Como a vinheta do programa diz: “O espaço é livre e a opinião independente”, e mesmo quando discordamos radicalmente de alguém, ouvimos para depois rebater. Às vezes não é bem assim, mas tentamos que seja.
Ser reconhecido nos mais diferentes lugares, pela voz, é uma emoção única. Vida longa ao Pelotas 13 horas e ao nosso querido amigo Clayton Rocha.
*Custódio de Arruda Gomes – Engenheiro