RIO GRANDE DO SUL É ZONA LIVRE DE AFTOSA SEM VACINAÇÃO – Podcast

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Governador Leite e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participaram de transmissão pela internet para celebrar conquista – Foto: Rodger Timm / Palácio Piratini

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em sua 88º assembleia geral na manhã desta quinta-feira (27/5), oficializou a concessão do certificado de área livre de febre aftosa sem vacinação ao Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito no início da plenária, pouco depois das 7h. A medida foi festejada em dois momentos oficiais que ocorreram em Brasília e em Porto Alegre.

OIE OFICIALIZA RIO GRANDE DO SUL COMO ZONA LIVRE DE AFTOSA SEM VACINAÇÃO – Podcast

OIE oficializa Rio Grande do Sul como zona livre de aftosa sem vacinação

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em sua 88º assembleia geral na manhã desta quinta-feira (27/5), oficializou a concessão do certificado de área livre de febre aftosa sem vacinação ao Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito no início da plenária, pouco depois das 7h. A medida foi festejada em dois momentos oficiais que ocorreram em Brasília e em Porto Alegre. Na capital federal, assistiram a transmissão da OIE o governador Eduardo Leite e a secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, na presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Em Porto Alegre, representantes de entidades do setor agropecuário, servidores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e deputados, entre eles dois ex-secretários da Agricultura, Covatti Filho e Ernani Polo, também se reuniram para acompanhar o anúncio, recebido com aplausos.

A conquista histórica repercute em todo o Rio Grande do Sul, especialmente pelas fronteiras que serão abertas para as carnes gaúchas a partir deste novo status sanitário, agora chancelado pela maior autoridade de sanidade animal no mundo. Projeta-se que a proteína animal produzida no Estado consiga agora alcançar 70% dos mercados até então fechados. Além disso, a pecuária gaúcha poderá fortalecer sua presença em países que já compram a carne brasileira. A expectativa é que este novo patamar sanitário gere resultados positivos para toda a agropecuária uma vez que o setor de grãos também precisará atender a demanda da cadeia de proteína animal.

Na live no Ministério da Agricultura para celebrar a importante conquista, o governador destacou a cooperação entre todos os envolvidos. “O dia de hoje reforça a minha crença na colaboração, pois todos puxaram numa mesma direção, seja o ministério, o Estado, servidores, veterinários, produtores, entidades, entre outros, todos entendendo o reflexo positivo que isso tem na nossa produção”, disse Leite.

“É um dia de celebração, mas é também um dia de reforçar nossos compromissos, o entendimento da responsabilidade que passamos a ter, em especial no momento em que nos tornamos um Estado livre de febre aftosa sem vacinação. Para que o Brasil possa avançar nesse status sanitário, de acordo com o que foi apresentado, é um trabalho de muito temo, muito planejamento, muita responsabilidade”, acrescentou o governador.

Leite lembrou ainda de todo o esforço para que o Estado alcançasse esse patamar. “Esse passo que é dado aqui só foi possível porque houve muito esforço de toda uma equipe técnica fortemente dedicada para fazer investimentos na estrutura necessária para nossas inspetorias veterinárias, como na estrutura física, viaturas, contratação de pessoal, tudo para termos a segurança necessária, diante de qualquer intercorrência, para ter uma pronta ação. Não é simplesmente deixar de vacinar, é substituir a vacinação por toda uma estrutura de pronta atenção e isso exige coordenação de esforços”, completou o governador.

A secretária da Agricultura reforçou os ganhos à economia do Estado. “É uma conquista histórica para o nosso Estado, depois de 20 anos de espera. Dessa forma, vamos expandir a exportação da carne gaúcha para diversos novos mercados. Os produtores ganham, os gaúchos ganham, pois isso vai gerar mais emprego e renda em nosso Estado”, celebrou Silvana Covatti.

A secretária de Relações Federativas e Internacionais, Ana Amélia Lemos, que também esteve no Ministério da Agricultura, ressaltou que o RS ganha um status extraordinariamente relevante. “O que estamos celebrando hoje aqui tem um significado muito importante para o RS. É um dos grandes prêmios que o esforço que os governos que se sucedem, os produtores, os pecuaristas gaúchos estão fazendo para melhorar a qualidade da carne bovina que hoje ganha o mercado internacional. O mundo inteiro come carne do Brasil e do RS. Estamos de parabéns, o governo do Estado, mas sobretudo os pecuaristas que fazem o dever de casa”, completou.

Ministra da Agricultura, Tereza Cristina destacou o que representam em âmbito nacional os certificados para o RS e mais dois Estados. “São 44 milhões de cabeças de gado, o que corresponde a 20% do nosso rebanho bovino, em zonas livres. Quase 50% da suinocultura, e 58% dos frigoríficos de abate estão em regiões com esse novo status sanitário. Ressalto empenho dos pecuaristas brasileiros em cumprir as normas sanitárias. Saliento a dedicação dos servidores que trabalharam incansavelmente para a execução do plano estratégico do plano nacional de vigilância para a febre aftosa, que nos permite celebrar esse reconhecimento internacional no dia de hoje”, acrescentou.

Presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Gedeão Pereira, além de cumprimentar os produtores pelo trabalho que resultou nesse avanço, lembrou que a conquista vai beneficiar outras duas cadeias importantes para o Estado. “É verdade que a suinocultura, principalmente dos Estados do Sul, como a avicultura, que nada tem a ver com a aftosa, também se beneficia do status sanitário, porque é um conjunto de medidas sanitárias relacionadas às atividades das três carnes que hoje invadem o mundo, tanto a suinocultura, como a avicultura, como a pecuária de corte brasileira”, citou.

A diretora do Departamento de Defesa Agropecuária da Seapdr, Rosane Collares, afirmou que a conquista do certificado foi uma decisão madura. “Ao longo desses últimos 20 anos nos preparamos tecnicamente para este momento, com capacitação do nosso pessoal e o georreferenciamento de nossas unidades. O rebanho de vocês está em boas mãos”, garantiu.

Conforme ela, a decisão da retirada de vacina é reconhecidamente uma decisão do Estado, porque foi construída com todos os entes da cadeia do agronegócio: entidades representativas de produtores rurais, da indústria e também serviço veterinário oficial da Seapdr e do Ministério da Agricultura.

Superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Helena Rugeri destacou que todo o trabalho realizado ao longo desses 20 anos foi acompanhado pela pasta. “Isso que foi construído são tijolinhos colocados um por um por vocês, e colados na argamassa da vontade de avançar”.

O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária (Fundesa), Rogério Kerber, enalteceu a caminhada de todos que contribuíram para esse momento. “Foi uma longa caminhada, de trabalhos intensos, avaliações e negociações para chegar a esse momento extraordinário para o Rio Grande do Sul e para o Brasil”. E destacou a importância do trabalho conjunto entre o setor público, através do Serviço Veterinário Oficial, e o privado, através do Fundesa.