
Morreu nesta quinta-feira o livreiro Adão Monquelat, proprietário de uma das principais livrarias que comercializa livros antigos no RS. Monquelat tinha 74 anos e faleceu de um infarto fulminante. Adão Fernando Monquelat foi uma autoridade na matéria história de Pelotas: livreiro, pesquisador, historiador, escritor, são algumas de suas atribuições. Com sede de conhecimento e paixão pelos livros, foi também um dos precursores da construção da atual historiografia pelotense. “A pesquisa, fora da atividade como livreiro, é minha paixão”, revelou certa vez.
Foi no início da década de 1980, quando mantinha a Livraria Lobo da Costa (na Rua Dom Pedro), que despertou para o ofício da pesquisa. Como a livraria era xará do poeta, os leitores apareciam para procurar seus livros, mas era raro encontrar editadas suas poesias. Em consequência, o livreiro se dispôs a investigar sobre o poeta nos arquivos das bibliotecas de Pelotas e Rio Grande, e encontrou um farto material. Dessas pesquisas nasceu o clássico — Antologia poética (e alguma prosa de e sobre) Lobo da Costa (1988).
Sua livraria sempre foi um ponto de encontro: clientes atrás de novas leituras, amigos que chegam para conversar, estudantes atrás de algum livro específico, pessoas querendo vender livros, passantes pedindo informação. Todos sempre recebidos com a mais sincera educação.
Historiador sem academicismos, sua obra foi construída com a curiosidade do saber. Juntou o gosto pela leitura com o fascínio da descoberta: “Olhando para o passado tu consegues comparar com o presente. É como alguns dizem — a história é uma roda”.
O velório de Monquelat será nesta quinta-feira das 8h às 11h e o sepultamento será no Cemitério Parque do Capão do Leão.
Texto apoiado em matéria de www.ufpel.edu.br
COMENTÁRIO DO JORNALISTA LUIZ RICARDO LANZETTA SOBRE A MORTE DE ADÃO MONQUELAT