INÉRCIA POLÍTICA DO RS EM RELAÇÃO A BR-116

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Ouvir as lorotas sobre a BR-116 me faz pensar em trabalhar num circo.

INÉRCIA POLÍTICA DO RS EM RELAÇÃO A BR-116

Paulo Gastal Neto*

Lamentavelmente a relação entre o discurso dos parlamentares do RS, sobretudo os deputados federais, que tanto ‘surfaram nas ondas’ da duplicação do trecho sul da BR-116 e a dura realidade sobre a obra estão cristalinamente antagônicas. De um lado – dos deputados a maioria aliados do Planalto – reina um otimismo contagiante, mas na realidade elas (as obras) estão quase paradas. Somente o exército mantém os seus dois lotes e de maneira lenta.

Como gosta de dizer o presidente da república: ‘no tocante a BR-116’ nota zero para a ação política gaúcha, para esses parlamentares e para o governo federal, que prometeu e não cumpriu. Essa é a verdade! Mentiram. Era para estar tudo pronto até o fim deste ano, no máximo em 2022. Não vai acontecer. Somente um lote terá algum desdobramento em 2021 ainda. Talvez nem em 2023 a obra termine!

Entre os desdobramentos, o DNIT divulgou timidamente que lançará a contratação para conclusão das obras no trecho 5, entre Camaquã e Cristal. A empresa responsável quebrou. Somente 43% dos trabalhos foram realizados. As propostas serão conhecidas em 27 de dezembro.

Fora esta pequena ação, o restante – ao contrário do que é dito pelos parlamentares da bancada federal do RS – tudo parado. As obras foram encerradas nos lotes 5, 6, 8 e 9, entre Camaquã e Pelotas. O lote 7, entre Cristal e São Lourenço do Sul, será o seguinte a deixar de ter movimentação nas próximas semanas. Assim, os trabalhos ficarão concentrados somente entre os lotes 1 e 2, de Guaíba a Tapes, de competência do Exército.

Os trechos restantes, 3 e 4, foram entregues no começo de 2021. Mas, nem todas as obras foram executadas. Falta ainda realizar a construção do viaduto no acesso a Tapes e Sentinela do Sul. Recentemente, o DNIT fez corte de R$ 19,99 milhões na duplicação. Em outubro, R$ 12 milhões foram cortados. Dias depois, R$ 9,7 milhões retornaram para a duplicação.

Enfim, informações contraditórias que frustram sobremaneira a população do sul do RS. Houve até um tempo que se acreditou que a obra pudesse ir adiante, terminar em um médio prazo. Chegou a se ter até compreensão de todos, mas a verdade – nua e crua – é que fomos enganados mais uma vez. A saída é o nosso dedo no ano que vem!

*Radialista – Equipe Treze Horas