AS MUITAS VIDAS DE JOÃO SIMÕES LOPES NETO – PARTE 1

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De forma pioneira o site do Pelotas Treze Horas, começa a publicar neste sábado, 30.11, um roteiro cinematográfico sobre o pelotense ilustre, João Simões Lopes Neto. De autoria dos escritores Lourenço Cazarré e seu filho, Érico Cazarré, esta é a primeira vez que um espaço pelotense e quem sabe do RS publica um roteiro cinematográfico. Ele estará aqui no site – www.pelotas13horas.com.br – todos os sábados e se estenderá por 10 capítulos. Abaixo deste preâmbulo uma explicação sobre o tema, feita pelos autores.

EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA

O roteiro que você vai ler – ou não! – é uma flor que brotou durante a pandemia. Foi iniciado em 31 de dezembro de 2019, às 15h15. A ideia me foi sugerida pelo meu filho Érico, que à época cursava o mestrado de Comunicação na Universidade de Brasília.

Como eu já tinha muitas vezes falado, sempre entusiasmado, a ele sobre a vida e a obra de João Simões Lopes Neto, Érico me propôs criarmos um roteiro centrado na movimentadíssima existência do maior contista gaúcho.

Decidimos não entrar na sua obra porque há dezenas de teses acadêmicas tratando dela, com o rigor necessário.

Leio Simões Lopes há mais de cinquenta anos. De início com um certo esforço porque nunca fui um garoto campeiro. Não entendia bem certas frases, desconhecia palavras. Mas a leitura dos contos foi se repetindo com os anos e a beleza daquelas histórias foi crescendo para mim.

Confissão: meus contos prediletos são: “Negro Bonifácio” e “No Manantial”.

Contista que começou a publicar em meados dos anos 1980, tomei como um dos meus modelos um cidadão que escreveu também histórias curtas, na nossa mesma cidade, porém setenta anos antes.

Paralelamente às leituras sucessivas dos contos, devorei com grande interesse as três biografias de JSLN, de Ivette Massot, Carlos Reverbel e Carlos Francisco Sica Diniz.

Quando resolvemos fazer o roteiro, reli, cuidadosamente essas três biografias, marcando página por página aquilo que poderia ser utilizado por nós.

Entre o momento em que começamos a escrever o roteiro e a sua mais recente versão – a vigésima, antes de entrar aqui no Pelotas 13 horas – trabalhamos cerca de 90 horas.

Resolvemos publicá-lo agora, em dez capítulos, por acharmos que poderá ser lido com interesse pelos simonianos, que hoje são multidão no Brasil. É por isso que o estamos libertando da prisão em um arquivo de computador.

Por fim, me sinto obrigado a ressaltar que se trata de uma obra de ficção, embora baseada em fatos verdadeiros ou apontados como sendo pelos que escreveram sobre a vida do grande Simões. Tentamos seguir exatamente o que está nas biografias. Por algum deslize eventual, pedimos antecipadas desculpas.

Os autores

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SOBRE JOÃO SIMÕES LOPES NETO

Nascido a 9 de março de 1865, em Pelotas, cidade às margens da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, João Simões Lopes Neto, filho de Catão Bonifácio Lopes e de Thereza de Freitas Lopes, teve sua vida ligada ao teatro, à literatura, ao empreendedorismo e à imprensa. A dramaturgia lhe concedeu um reconhecimento local no seu tempo, enquanto sua produção literária mais tardia, já no início do século XX – destaque para os Contos gauchescos (1912) e Lendas do Sul (1913) –, somente foi valorizada décadas após seu falecimento, ocorrido em 14 de junho de 1916, em decorrência de complicações de uma úlcera duodenal.

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AS MUITAS VIDAS DE JOÃO SIMÕES LOPES NETO

PARTE 1

Roteiro Cinematográfico de Lourenço Cazarré e Érico Cazarré

Apresentação Visual

A narrativa do documentário será conduzida por locução, mas ao longo do filme serão inseridos trechos curtos de entrevistas com escritores, biógrafos e estudiosos da obra de Simões Lopes Neto. As imagens que acompanham os trechos de locução serão produzidas por meio de tratamento estético de fotos antigas ou de imagens produzidas para simular acontecimentos da época.

Cena 1 – Abertura

Imagens diversas de paisagens do Rio Grande do Sul acompanhadas de música campeira. Entram os créditos iniciais do filme e na sequência se inicia a locução. Imagem de um velho alto e magro cavalgando: é Blau Nunes.

Loc.

Eu tenho cruzado o nosso Estado em caprichoso ziguezague. Já senti a ardentia das areias desoladas do litoral; já me recreei nas encantadoras ilhas da Lagoa Mirim; fatiguei-me na extensão da coxilha de Santana; molhei as mãos no soberbo Uruguai; tive o estremecimento de medo nas ásperas penedias do Caverá; colhi malmequeres na planície de Saicã; oscilei entre as águas do Ibicuí; palmilhei os quatro ângulos da derrocada fortaleza de Santa Tecla; pousei em São Gabriel, a forja rebrilhante que tantas espadas valorosas temperou; e, arrastado no turbilhão de máquinas possantes, corri pelas paragens magníficas de Tupanciretã, o doce nome que nos lábios ingênuos dos caboclos quer dizer os campos onde repousou a mãe de Deus.

Cena 2 – Simões

Imagem de foto de Simões Lopes Neto. Personagem a frente em pequeno deslocamento e filtro com textura em movimento.

Loc 2

Este é um breve resumo de uma vida muitíssimo movimentada.

Comecemos nossa história.

Cena 3 – Vago fantasma

Imagens de uma estância em Pelotas. Imagens históricas intercaladas da cidade de Pelotas. Pessoas andando pelo centro da cidade, conversando pelas ruas etc.

Loc

Era uma vez um vago fantasma que seduzia todos que o conheciam.

Quando era menino, por ser muito inteligente, todos previram um belo futuro para ele.

Loc 2

Mas nada de grandioso que imaginaram para ele se realizou. Ou melhor. Só se tornou realidade depois de sua morte.

Loc

As qualidades desse homem, segundo seus amigos, eram: generosidade, discrição e, principalmente, modéstia. Era uma pessoa de boa fé, admitiam todos. Mas, em segredo, à boca pequena, diziam que às ele vezes agia como um tonto.

Loc 2

Até mesmo seus amigos reconheciam que sua ingenuidade em certos assuntos era espantosa. Muitos achavam que ele era um azarado, que tinha contra si uma urucubaca, que padecia de caiporismo.

Imagem uma criança sozinha dentro de casa. Na sequência imagens de estância. Criança entre os animais da fazenda, pasto, chaleira esquentando a água em fogo de chão.

Loc

João perdeu sua mãe quando tinha apenas 11 anos.

Foi então para a cidade e nunca mais voltou a viver em uma casa cercada por vastos campos verdes.

Loc 2

Da infância na imensa fazenda de seu avô levou para a cidade apenas o hábito do chimarrão.

Imagem de um homem batendo fotos na estância. Na sequência diversos retratos de gaúchos na lida no campo.

Loc

Numa das vezes em que retornou à estância, já homem feito, trazia uma máquina de fotografia para retratar o mundo de sua infância, que estava desaparecendo rapidamente.

Entra foto de Simões Lopes Neto.

Loc 2

O nome do nosso personagem: João Simões Lopes Neto.

Cena 4 – Infância

As imagens mostram um pouco do que é relatado. Imagem da Estância da Graça, cavalos, vacas, ovelhas e uma escrivaninha com os objetos relatados.

Loc.

Era uma vez um guri chamado João.

Nasceu em março de 1865, na Estância da Graça, a 30 quilômetros da cidade de Pelotas, na época o principal centro produtor de charque do Brasil.

Passou a infância na fazenda de seu avô paterno, um dos homens mais ricos do país.

Loc 2

O menino João ganhou um cavalo, o Vermelhinho. Ganhou também um cordeirinho, o Romeu. Mas o presente de que mais gostou foi uma pequena escrivaninha feita especialmente para ele. Nela guardava livros, borboletas, figurinhas, penas e ovos de passarinho.

Loc

Seu avô, o Visconde da Graça, achava que, tomando gosto pela escrivaninha, o neto se tornaria um grande homem de negócios.

Imagens de alguns recortes de jornal da época com a cidade em destaque, prédios de Pelotas e de espetáculos teatrais.

Loc 2

Mas não foi isso que aconteceu.

João Simões Lopes Neto, que viria a ser um dos maiores escritores brasileiros, passou sua vida às voltas com escrivaninhas. Ora envolvendo-se em incontáveis empreendimentos fracassados, ora escrevendo artigos para jornais ou criando peças de teatro.

Mas nunca teve muita sorte…

Imagens de um menino branco na estância com seu amiguinho negro.

Loc.

Como muitos meninos ricos da época, João tinha um irmãozinho de leite. O seu chamava-se Simeão.

Loc 2

Simeão, o menino negro que nasceu livre, por alforria concedida pelos pais de João, acompanharia o escritor ao longo da vida.

Imagem de um menino montado em um cavalinho. Depois imagens de um cordeirinho, e atividades infantis na estância. E por fim imagem de uma criança em uniforme escolar.

Loc.

Quando João estava completando seu terceiro aniversário, uma dúvida inquietou seu pai. Não deveria o menino ter montaria própria?

Loc 2

Os parentes aplaudiram a idéia e o garoto ganhou o Vermelhinho.

Depois foi presenteado com o Romeu, um cordeirinho que o acompanhava em todas as suas andanças pela casa e pelo pátio.

Loc

As paixões do pequeno João eram a caça de borboletas e a coleta de ovos de passarinhos. Montados em seus cavalinhos, ele e Simeão saiam a procurar ninhos.

Loc 2

Muitas vezes enfrentavam as revoadas guerreiras dos quero-queros que defendiam seus ninhos. Mas voltavam sempre com ovos de forneiros, téu-téus, tico-ticos, almas-de-gato, sabiás e corruíras.

Loc

O futuro escritor entrou para a escola aos nove anos.

Loc 2

Foi só lá que ele se deu conta de que era canhoto como seu pai.

Aluno interno, só visitava a família uma vez por mês.

Cena 5 – O charlatão

Imagem em close de Simões Lopes Neto. Entram alguns desenhos que contam a história apresentada, com o oculista, o consultório, o garoto e o pai sendo atendidos. A retirada da venda e o menino com o olho desviado.

Loc.

João tinha um levíssimo estrabismo, mas seu pai, Catão Bonifácio, não se conformava com aquele quase imperceptível desvio em um dos olhos.

Em meados de 1870, passou por Pelotas um famoso oculista. Ele garantiu a Catão que a cirurgia corretiva seria facílima.

Loc 2

Uma semana após a operação, as ataduras foram retiradas. Todos ficaram abalados. O charlatão havia desviado a retina de um dos olhos do menino.

Cena 6 – Família

Entra computação gráfica apresentando de forma dinâmica a árvore genealógica da família, intercalada com arte apontando locais e outros dados. Logo depois mostraremos imagens da prisão na guerra dos farrapos, e o jovem tocando violão dentro de uma cela

Loc.

A história da família de João no Brasil começou com a chegada ao Brasil de seu bisavô, também chamado João, natural de Lisboa.

Esse português casou-se com Isabel Dorotéa Carneiro da Fontoura, de família de Viamão e com ela instalou-se na Estância dos Laranjais, em Pelotas, onde funcionava uma charqueada.

Loc 2

Em 1819, morreu a tia de Isabel e o jovem casal herdou uma imensa fortuna. Nos anos seguintes, compraram fazendas em diversos pontos do Rio Grande do Sul e do Uruguai.

Loc

O casal teve cinco filhos. O primogênito, João Simões Lopes Filho, o Visconde da Graça – viria a ser avô do escritor. Quando jovem, o futuro Visconde foi internado no Seminário de São José, no Rio. Seus pais sonhavam para ele a vida religiosa.

Loc 2

Mas o rapaz fugiu do Seminário em 1834, aos 17 anos. Foi para Bahia, onde tentou criar uma empresa.

Em 1835, atraído pela Guerra dos Farrapos, voltou ao Sul. Juntou-se aos revoltosos e, preso, foi levado à cidade de Rio Grande.

Loc

O fidalgo português dirigiu-se a Rio Grande para resgatar o filho aventureiro. Lá o encontrou tocando violão e cantando em uma cela decorada com caricaturas, que ele fizera.

Loc

Em 1836, o futuro Visconde da Graça se casou com Eufrázia Gonçalves.

Loc 2

Com a morte de seu pai, em 1853, ele entrou na posse de uma fabulosa fortuna, que ampliaria ao longo de sua vida.

Cena 7 – O pai aventureiro

Imagens em animação representando Catão Bonifácio. Animação mostrando-o vestido como um gaúcho do campo, e em seguida retratando a briga com o peão.

Loc.

O segundo filho do Visconde da Graça, Catão Bonifácio, viria a ser o pai do escritor.

Amante do campo, Catão serviria de modelo a alguns dos tipos aventureiros dos contos escritos por seu filho.

Catão preferiu viver nas fazendas da família, enquanto seus irmãos mais novos foram prefeitos, deputados federais e senadores.

Loc 2

Apelidado Tandão, o pai do escritor usava como divisa os versos de Martin Fierro: “Con los blandos yo soy blando, y soy duro com los duros”.

Loc

Quando jovem, Tandão foi um aspa-torta, um brigão, um encrenqueiro. Meteu-se em incontáveis confusões.

Loc 2

A primeira dessas brigas ocorreu quando, tendo saído de casa, Tandão se empregou como peão em uma estância. Ao verificar que o cabo do rebenque daquele “peão” tinha enfeites de ouro, um castelhano o interrogou:

Imagem de animação segue o relatado. Tandão montado em seu cavalo tem o rosto sério.

Castelhano:

– De quién lo robó, tchê?

A animação mostra Tandão pulando do cavalo e atacando o peão da estância.

Loc.

Tandão saltou do cavalo já com a faca na mão e decepou a orelha do atrevido.

Loc 2

Depois, arrependido, indenizou com algumas moedas de ouro o tal castelhano.

Loc

Grandalhão de um metro e noventa, Tandão protagonizou dois episódios eqüestres no Centro de Pelotas.

Loc 2

Em 1857, invadiu montado a cavalo o Teatro Sete de Abril para defender artistas brasileiros que estavam sendo vaiados pelos portugueses da platéia.

Imagem em animação de Catão Bonifácio montando em seu cavalo, dentro do Teatro gritando com a plateia.

Loc. Catão Bonifácio (gritando)

– Estouro a tiros a galeria e meto o cavalo na platéia, se continuar o barulho! Paguei para ouvir atores famosos e não estou disposto a presenciar cenas de histerismo.

Nova animação, agora do personagem entrando no prédio, novamente montado em seu cavalo enquanto as pessoas se afastam assustadas.

Loc.

A segunda proeza cavaleira se deu quando Tandão invadiu a Câmara Municipal.

Loc 2

Num dia de eleição, ele chegou quase na hora de fechar as urnas. Não tendo quem lhe segurasse o cavalo, entrou montado no prédio da votação.

Loc

Dizem até que certa vez ele fez cantar, a balaços, o sino de uma estância vizinha.

A imagem do sino sendo alvejado na animação se funde com a imagem de um sino real balançando. Entra trilha de música regionalista e imagens de paisagens do sul.

Cena 8- Entre dois modelos

As imagens de cidade e do campo se contrapõem revelando o contraste entre a influência urbana e pampeira do pai e do avô sobre Simões.

Loc.

O espírito de João se dividiria entre dois modelos totalmente distintos: o gaúcho aventureiro e o empresário bem-sucedido.

Loc 2

Seu pai era o homem do campo, amante da vida selvagem, guasca valente e divertido.

Seu avô era o homem de larga visão, o empreendedor competente, sempre metido em vários negócios ao mesmo tempo, o vencedor.

Cena 9 – O avô empreendedor

Imagens com recursos de computação revelam o canal do são Gonçalo. Pequenos barcos se deslocam, homens bem-vestidos vistos de costas olham para o canal. Em close a imagem de uma manta de charque caindo no convés de um navio.

Loc.

A principal obra pública de Pelotas no Século 19 foi a desobstrução do canal de navegação do São Gonçalo, que permitiu a chegada de navios de maior calado. Um dos seus mentores foi o Visconde da Graça.

Loc 2

Foi ele quem lançou a primeira manta de charque ao convés do primeiro grande navio a ancorar no porto local: o paquete Tampico, dos Estados Unidos. O menino João, com dez anos, participou do evento.

Cena 10- Charqueadas

A cena se inicia com a continuação das imagens da sequência anterior, que revelam a riqueza da cidade.

Loc

O Visconde da Graça teve 22 filhos: 12 do seu primeiro casamento e 10 do segundo.

Loc 2.

Boa parte da riqueza da família vinha da charqueada. Em veleiros próprios, os Simões Lopes enviavam carne seca até a Bahia. De lá suas embarcações retornavam carregadas com madeiras nobres.

Loc

Em 1882, o geólogo americano Herbert Smith descreveu as charqueadas.

A sequência segue com imagens que apresentam as charqueadas, com seus grandes matadouros, movimentação intensa de homens, facas cintilando e o vapor subindo por chaminés.

Loc 2

Há um não sei que de revoltante e, ao mesmo tempo, cativante nestes grandes matadouros; os trabalhadores negros, seminus, escorrendo sangue; os animais que lutam, os soalhos, as sarjetas correndo rubras, os feitores estúpidos, vigiando imóveis sessenta mortes por hora; os montes de carne fresca dessorando, o vapor assobiando nas caldeiras, a confusão que, entretanto, é ordem: tudo isso combina-se para formar uma pintura tão peregrina e horrível quanto pode caber na imaginação. De toda essa carnificina dimanou a riqueza de Pelotas.

Cena 11 – A cidade de Pelotas

Loc.

Entre os visitantes que descreveram a Pelotas da época destaca-se o jornalista alemão Carlos Von Koseritz.

Loc2

Reina ali uma atividade industrial que Porto Alegre não conhece, e nota-se ali, em geral, progresso mais rápido, abastança maior, fortunas mais sólidas. Cremos até que, para uma cidade nestas condições, não seria sorte alguma se, de repente, se mudasse para ela a sede do governo e o mundo oficial.

Cena 12- A negociação do gado

Imagens continuam revelando o gigantismo da atividade das charqueadas, movimentação de rebanhos, volumes de carne sendo transportados etc.

Loc.

A Tablada era o local onde se concentravam as tropas de gado trazidas do interior do Rio Grande do Sul e do Uruguai.

A safra ia de 15 de dezembro a 15 de junho.

Loc 2

            Na safra 1893/1894 foram abatidas em Pelotas 536 mil reses.

Como uma vaca produz por dia 40 quilos de urina e fezes, imagine o cheiro!

Cena 13 – A herança

Sequência de animação retratando Simões em transações financeiras. Surge letreiro indicando o ano e “a primeira herança” sobre a animação mostrando a casa.

Loc.

João Simões Lopes Neto ficaria conhecido por ter dilapidado uma fortuna em fantasias e maus negócios.

Loc 2

Desperdiçou o dinheiro herdado, sim, mas não as cifras milionárias imaginadas.

Loc

A primeira herança que João recebeu chegou-lhe pelo falecimento de sua mãe, em 1876.

Loc 2

O menino e suas três irmãs herdaram uma casa e um terreno.

Sequência de animação com letreiro indicando o ano e “a segunda herança” sobre a animação mostrando a divisão do patrimônio do casal.

Loc.

Em 1893 foi realizado o inventário dos bens do Visconde da Graça, que legou aos seus herdeiros 74 imóveis, sendo 25 residências e três estâncias.

Loc 2

Catão Bonifácio recebeu duas casas e outros bens num total de 103 contos de réis.

Loc

Três anos depois da morte do Visconde da Graça, faleceu seu filho Catão Bonifácio.

Loc 2

O escritor recebeu de herança bens avaliados em 35 contos de réis.

Era uma quantia que lhe permitiria passar o resto da vida escrevendo. Mas ele gostava de meter-se em negócios.

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Segue sábado que vêm…