TRINTA ANOS ESTA NOITE!
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26 de março de 2014
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Por Clayton Rocha
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Sou invadido por um sentimento de culpa: a viagem não teria, naquele dia, a poesia e a boa mesa de Lisboa anteriormente combinadas. Um trem inter-cidades mudaria o rumo de nossas andanças por Portugal e nos levaria naquela luminosa manhã do dia 26 de março de 2014 ao Santuário de Fátima.
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José Ricardo Castro, jornalista; Jane Rocha da Costa e Eva Greque Fuentes, familiares meus, mereciam explicações e um solene pedido de desculpas. Algo muito forte, impositivo, superior, levou-me a convencê-los de que Fátima-Leiria era o endereço a ser visitado, e que se buscava – naquele dia – algo emblemático como fonte de motivação para a história de nossas próprias vidas.
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Quando o Sol quase desaparecia no horizonte, adentramos à Capela guardada a sete chaves num rigoroso esquema de segurança e de câmeras de alta precisão. Havia silêncio e luz intensa junto às vestes de João Paulo II doadas ao Santuário, além de uma luminosidade especial junto à Coroa que contém 313 pérolas e 2.650 pedras preciosas, constituindo-se no maior ícone religioso de Portugal desde 1920. Na parte superior da Coroa, e internamente, enxerga-se a bala que atingiu João Paulo II no atentado de 13 de maio de 1981.
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O nosso grupo, integrado por 4 pessoas, deixou-se tocar pelas energias intensas do ambiente, essenciais e invisíveis. Esperava-se por um sinal qualquer que fosse capaz de fortalecer a nossa fé, mas não se sabia como e nem quando isso poderia ocorrer. Rezei, então, pensando em Dona Eneida, e naquela sua frase de 2005: – Santo súbito, Santo súbito, dizia, associando-se à pregação dos fieis da Praça de Pedro que queriam, e de imediato, um papa Santo. Além daquela outra frase de sempre, que ela pronunciava desde a minha meninice: – Meu filho, eu estou sempre rezando!
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Pois foi exatamente assim, enquanto o véu da noite começava a cobrir a terra portuguesa, que testemunhamos a manifestação do padre italiano de braços abertos, na frase síntese daquele dia – Trinta anos esta noite! Num outro 26 de março, o de 1984, Karol Wojtyla, o papa, devoto de Nossa Senhora de Fátima, ofereceu ao Santuário a bala disparada pelo terrorista turco Mehmet Ali Agca e que, por pouco, não lhe tirou a vida.
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Agora, já a bordo do trem inter-cidades que nos devolveria a Aveiro, concentro-me na figura de Winston Churchill, que me acompanha sempre, representado pela preciosidade de suas lições. E se um padre italiano presenteou-nos hoje com aquele registro histórico, testemunhado por alguns poucos, o Primeiro-Ministro britânico fez mais! Churchill levou-nos lá! E o fez através de sua máxima preferida, aquela que me contagiou por inteiro durante o amanhecer daquele dia 26 de março: – SIGA SEMPRE A SUA INTUIÇÃO! Pois foi assim, caro leitor, que o Senhor da Guerra levou-nos ao natural, através da preciosidade de seus conselhos, ao Santuário da Paz. (CR).
