O Perigo das Notícias Falsas nas Eleições de 2024: Um Alerta Urgente
Paulo Francisco Grigoletti Gastal*
Nunca antes na história política do Brasil enfrentamos um desafio tão grave quanto o que estamos prestes a encarar nas eleições de 2024. Estou me referindo à disseminação desenfreada de informações falsas, manipuladas e distorcidas, que estão inundando os grupos de WhatsApp e outras plataformas de mídia social. Este fenômeno, potencializado pela utilização de inteligência artificial para criar áudios e vídeos convincentes, está colocando em risco a integridade do processo eleitoral e minando a confiança dos cidadãos na democracia.
Recentemente, testemunhamos a proliferação de uma série de áudios em Pelotas, claramente produzidos por algoritmos de inteligência artificial. Estes áudios, muitas vezes carregados com informações falsas e difamatórias, têm como alvo diversos candidatos, incluindo vereadores.
O resultado é uma atmosfera tóxica de desinformação, que não apenas prejudica a reputação dos políticos, mas também compromete a capacidade dos eleitores de tomarem decisões baseadas em informações verdadeiras.
Para ilustrar a gravidade desse problema, é crucial mencionar a reportagem veiculada no programa Fantástico, que expôs como a voz do renomado Dr. Drauzio Varella foi utilizada de forma fraudulenta em propagandas enganosas de produtos.
Esse caso demonstra como a tecnologia pode ser deturpada para manipular a opinião pública e influenciar comportamentos, não apenas no contexto comercial, mas também no político.
Diante desse cenário alarmante, é fundamental que as autoridades eleitorais adotem medidas urgentes para prevenir a propagação de informações falsas durante o período eleitoral. No entanto, a responsabilidade não pode recair apenas sobre os ombros da justiça eleitoral. É necessário um esforço conjunto que envolva governos, empresas de tecnologia, sociedade civil e mídia para combater de maneira eficaz esse problema.
Uma das abordagens possíveis é a implementação de políticas de verificação de fatos mais rigorosas, tanto por parte das plataformas de mídia social quanto dos veículos de comunicação tradicionais. Além disso, é essencial promover a educação digital e o pensamento crítico entre os eleitores, capacitando-os a identificar e rejeitar informações falsas.
No entanto, é importante ressaltar que, uma vez que essas informações falsas são disseminadas nos grupos de WhatsApp, o estrago já está feito.
Mesmo que sejam desmentidas posteriormente, a semente da dúvida já foi plantada na mente dos eleitores, minando a confiança no processo democrático e distorcendo a percepção da realidade sobre os candidatos.
Portanto, não podemos subestimar a gravidade desse problema. A desinformação alimentada pela inteligência artificial representa uma ameaça séria à democracia e ao Estado de Direito.
A menos que ajamos com determinação e urgência, corremos o risco de ver o processo eleitoral de 2024 manchado pela manipulação e pela mentira. Chegou o momento de agir, antes que seja tarde demais.
*Advogado, presidente do partido Progressistas de Pelotas e colaborador do Treze Horas.