GOTAS DE CHUVA NÃO LIMPAM CORAÇÕES HUMANOS
Renato Varoto*
Hoje, o que não ocorria há muito tempo, acordei com inarredável vontade de escrever num claro sincronismo de minhas dúvidas com a chuva que goteja sobre a cidade, como se fosse apenas uma questão higiênica que nos destrói, quando em verdade, estamos chafurdando no ódio; na crueldade humana e, acima de tudo no desamor ao próximo, o qual, com certeza, é tão filho de Deus quanto qualquer um de nós.
Somente a imoralidade e a ausência de ética podem explicar – jamais justificar – o sorriso de alguns, as críticas de outro, principalmente a pecaminosa invencionice de narrativas ridículas e mentirosas em torno do fato de uma parlamentar haver sido encontrada (em situação ainda não completamente explicada), em pleno carnaval com dois cigarros de maconha dentro de sua bolsa (objeto de uso pessoal).
Não conheço; não defendo; mas repudio com todas as forças que ainda me restam nesta vida, ao esforço de muito (a grande maioria com interesse político-partidário em transformar a Câmara de Vereadores de Pelotas num Coliseu Romano, onde os cristãos eram jogados à arena para serem destroçados pelos leões. Duas observações: As feras mudaram mas o instinto selvagem permaneceu em muitos.
Retornando ao “Coliseu Pelotense”, felizmente a Câmara possui um Procurador Jurídico altamente capacitado e sem qualquer vocação de ser Nero incendiário, colocando, desse modo, a questão nos seus devidos limites jurídicos o que, todavia, não afasta eventuais censuras em outro nível.
Muito mais poderia ser dito, mas parece suficiente para um dia de chuva. Por derradeiro, siga Sócrates Senão não tens certeza ou se saber que vai causar mal CALA-TE.
P.S. Aos que me honraram com a leitura do texto muito obrigado. Ao que discordaram, também meu agradecimento. A todos sugiro que ouçam o compositor alemão Felix Mendensolssonh, que nos ajuda a domar nossas próprias feras, o que não e fácil.
*Jornalista, advogado e professor e integrante da Equipe Treze Horas.
