ARTIGO – A VITÓRIA DA DEMOCRACIA E O FUTURO DE PELOTAS

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A vitória da democracia  e o futuro de Pelotas

Pedro E. Almeida da Silva*

Nas últimas eleições presidenciais, aproximadamente 60% dos eleitores de Pelotas optaram por valores que reafirmam o compromisso com a democracia, a ciência, a educação, políticas inclusivas, desenvolvimento econômico, enfrentamento da crise climática etc. Esse resultado reflete o desejo coletivo por progresso social e a valorização de princípios essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Agora, ao escolherem o novo prefeito, os pelotenses reafirmam essas convicções e esperam uma gestão comprometida em resolver desafios centrais enfrentados pela cidade e pela região.

Entre as prioridades estão o desenvolvimento econômico regional, com a criação de oportunidades de emprego e o estímulo ao empreendedorismo. Pelotas enfrenta altos índices de desemprego e escassez de alternativas econômicas, tornando fundamental a implementação de políticas que promovam a geração de renda e fortaleçam pequenos negócios locais. Além disso, o fortalecimento das políticas públicas nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, acolhimento aos mais vulneráveis e segurança é essencial para garantir o bem-estar da população e qualificação da vida da cidade.

A educação, por exemplo, é vista como um alicerce para o desenvolvimento sustentável e pouco serve contratar consultorias para relatar os problemas básicos que vão da baixa capacitação, remuneração dos profissionais até infraestrutura precária de prédios interditados. Estes todos nós já conhecemos.

Outro ponto de destaque é a necessidade de melhoria nos serviços essenciais de água e esgoto, por exemplo, e a urgente qualificação da zeladoria urbana. O SANEP, por exemplo, “perigosamente” elogiado pelos governantes, inclusive pelo prefeito recém-eleito, presta desserviços constantes. Pelotas apresenta um panorama urbano deteriorado, com ruas intrafegáveis, calçadas em más condições, praças abandonadas, fios caídos, pessoas em situação de rua abandonadas à própria sorte e uma visível e desalentadora poluição visual. Esse cenário representa o descaso com o espaço público e reforça a sensação de abandono entre os cidadãos. A cidade, em muitos aspectos, parece “enferma”, e sua recuperação depende de um esforço coordenado, que inclua planejamento e competência na execução de medidas de revitalização.

A derrota do governo anterior nas urnas reflete, em parte, o descontentamento da população com a gestão passada, mas também expõe a falta de confiança em alternativas políticas mal estruturadas e despreparadas.  Uma coligação de centro-direita com um candidato visto como “fraco” politicamente e a presença de figuras que, mesmo eleitas democraticamente, demonstraram simpatia por movimentos antidemocráticos, enfraqueceram o apoio popular. Adicionalmente, Pelotas enfrentou desafios extremos, como a pandemia e crises climáticas severas, que agravaram a já existente crise econômica e contribuíram para o desgaste político da administração anterior.

A população pelotense espera que este novo ciclo político-administrativo seja marcado por respostas rápidas e eficazes, capazes de transformar o cenário atual e revitalizar a cidade. Espera-se que essa gestão priorize políticas que promovam o desenvolvimento sustentável, modernizem a infraestrutura e garantam uma melhor qualidade de vida para todos os cidadãos. O resgate do potencial econômico e cultural da cidade são passos essenciais para fazer da cidade um exemplo de gestão eficiente e de compromisso com valores democráticos.

*Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande – FURG -pedrefurg@gmail.com