TREZE E O CORONAVÍRUS: UCPEL DESENVOLVE ESTERILIZADOR DE MÁSCARAS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

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Caixa de esterilização desenvolvida pela Universidade Católica de Pelotas.

A previsão é esterilizar 12 máscaras em cinco minutos, o que visa a reutilização de itens considerados descartáveis

Autorizada pelo comitê do Covid-19 da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), um equipamento para esterilização de máscaras de proteção respiratória está sendo desenvolvido pelo professor do Mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação, Everton Granemann Souza. Após finalizado, o aparelho será cedido ao Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP).

Uma das motivações para o projeto foi a simplicidade de implementação, a partir de materiais como painéis em MDF, lâmpada UVC, papel alumínio, moldes tridimensionais e instalação elétrica. A capacidade prevê a esterilização de 12 máscaras em cinco minutos, o que pode otimizar a reutilização de itens considerados descartáveis.

Adequações necessárias

A proposta foi do Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR), que teve acesso a um projeto realizado pelo médico norte-americano Mike Itagaki. Com base no original, o professor da UCPel adaptou a construção do equipamento para a realidade brasileira. “Refiz os cálculos teóricos do tempo de esterilização do novo coronavírus, propondo modificações nas dimensões da caixa e na substituição por lâmpada UVC de 24 watts encontrada no mercado nacional”, explica Souza.

O processo contou com a colaboração do arquiteto Mateus Costa, que desenvolveu o primeiro protótipo da caixa, e da professora Chiara das Dores do Nascimento, especialista na área de raios-X e também integrante do Mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação, responsável por sugerir melhorias no sistema de vedação do projeto original, realizado em papelão. Neste sentido, optou-se pelo revestimento em madeira.

Validação

O equipamento constitui uma caixa de, aproximadamente, 55 cm de largura, 40 cm de profundidade e 47 cm de altura. No interior, o modelo de lâmpada apresenta um espectro de emissão ultravioleta C (UVC) e as laterais são revestidas por papel alumínio ou espelhos. “Para ter boa esterilização, a radiação UVC emitida pela lâmpada precisa refletir nas paredes interiores da caixa de forma especular, para ter a menor perda possível”, comenta o professor.

Os painéis em MDF e a lâmpada UVC já foram encomendados. A expectativa é de que a caixa esteja finalizada em duas semanas, incluindo os suportes produzidos em impressora 3D para acomodar as máscaras no interior. Após o encaminhamento para o HUSFP, a utilização do aparelho na rotina do hospital será avaliada, a fim de elencar a necessidade de uma produção também para as Unidades Básicas de Saúde (UBS).