PIB DO RS TEM QUEDA DE 3,8% NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2022

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No acumulado em quatro trimestres, o PIB do RS apresentou expansão de 7,6%, enquanto no país a economia teve crescimento de 4,7% no mesmo período.

Estiagem puxou a redução na produção agropecuária. Indústria também recuou

A economia do Rio Grande do Sul registrou queda de 3,8% no primeiro trimestre de 2022 na comparação com os últimos três meses de 2021. A retração do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado no período foi puxada pelas baixas observadas na Agropecuária (-28,1%) e na Indústria (-1,4%); enquanto os Serviços tiveram variação positiva de 0,3%. No Brasil, o PIB apresentou alta de 1,0% no primeiro trimestre na mesma base de comparação.

Os resultados do PIB do RS foram divulgados em videoconferência nesta última semana pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).

Na Indústria, o desempenho da Indústria de Transformação, a mais representativa indústria do RS, com queda de 1,8%, e do segmento de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-1,6%) foram os responsáveis pela baixa. Nos Serviços, o Comércio apresentou baixa (-2,0%), enquanto Outros Serviços (+0,8%), Atividades imobiliárias (+1,3%) e Transportes, armazenagem e correio (+1,0%) tiveram destaque positivo.

1º tri 2022 x 1º tri 2021

Comparado ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB também registrou queda, de 4,7%, no Estado. No Brasil, a alta no período foi de 1,7%.

Nessa comparação, do primeiro trimestre de 2022 com o mesmo período do ano anterior, a Agropecuária já registra os primeiros impactos da estiagem, com queda de 41,1%. Todas as principais culturas agrícolas sofreram com a falta de chuva: soja (-53,5%), milho (-31,1%), uva (-23,4%), fumo (-15,0%) e arroz (-10,6%).

Na Indústria, a baixa foi de 1,9% em relação aos três primeiros meses de 2021. Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-7,6%) e a Indústria de Transformação (-3,7%), as mais representativas do segmento, tiveram fortes perdas, enquanto os setores de Construção (+8,4%) e a Indústria extrativa mineral (+5,5%) registraram crescimento entre janeiro e março.

Especificamente na Indústria de Transformação, nove das 14 atividades industriais apresentaram resultado negativo, entre elas a de Couros, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-15,7%), Móveis (-14,6%) e Produtos de borracha e material plástico (-10,8%). Já entre as altas, destacaram-se Produtos do fumo (+16,2%), Bebidas (+11,5%) e Produtos químicos (7,8%).

O segmento de Serviços registrou alta de 3,7%, mesmo percentual do setor no país, com destaque positivo para Outros serviços (+9,5%), Transportes, armazenagem e correio (+9,3%) e Serviços de informação (+7,0%). Do outro lado, Intermediação financeira e seguros (-1,3%) e o Comércio (-0,4) puxaram as baixas. Entre as atividades comerciais, o Comércio de veículos (-20,7%), Material de construção (-11,1%) e Equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (-24,2%) registraram as maiores quedas, enquanto as vendas de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+30,6%), Tecidos, vestuários e calçados (+32,1%) e Hipermercados e supermercados (+6,2%) foram algumas das atividades em alta.

“O ano de 2022 se iniciou com uma severa seca no Estado, que já se reflete nos dados do primeiro trimestre e se estenderá para os resultados do segundo trimestre deste ano. As bases de comparação mais altas, tanto do quarto trimestre do ano passado quanto do primeiro, ajudam a explicar as variações negativas na margem e na comparação trimestral, sobretudo no caso da agropecuária e da indústria. Por outro lado, o setor de serviços tem se mantido estável, mesmo em meio ao cenário de inflação alta e juros em elevação, com manutenção da recuperação do segmento de Outros serviços, duramente afetados pela pandemia, e de Transporte, armazenagem e correio”, afirmou Vanessa Sulzbach, chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE/SPGG, responsável pela elaboração do PIB.

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