MARIA AMARAL SILVEIRA, 98 ANOS
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Tenho procurado repor o brilho nos olhos ao visitar mentalmente alguns endereços de tempos vencidos, como a casa da Marechal Deodoro, de Dona Maria Amaral Silveira: ali a conheci quando eu tinha apenas dezoito anos de idade, época na qual fortalecemos laços até chegarmos a este vinte e oito de outubro de 2021, data consagrada a São Judas Tadeu, para, sob sua proteção, comemorarmos os seus 98 anos de vida.
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Assim a vemos: uma energia incomum alicerçada na sua fé inabalável durante 98 anos, ciente de que as nossas ações são os nossos dias, e que por elas se contam os anos, por elas se mede a vida.
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Inteiramente apegada à sua filha e aos seus netos, Dona Maria costuma repetir uma preciosa lição de vida: – Sempre que te quiseres alegrar, considera os méritos dos que contigo vivem. A operosidade de um, a modéstia do outro, a generosidade do terceiro, as diversas qualidades dos demais. Nada é mais grato do que a imagem das virtudes brilhando nos costumes dos que vivem conosco, mormente quando avultam, numerosas.
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A ti, que és um andarilho, aconselhou-me recentemente do alto de seus 98 anos:- abandona os grandes caminhos e segue as trilhas, sem esquecer em nenhum instante do significado da Cruz, pois ela é a base de todos os símbolos de orientação, nos diversos níveis de existência do homem. Nela se juntam o céu e a terra. Confundem-se o tempo e o espaço. Ela é o cordão umbilical , jamais cortado, do cosmo ligado ao centro original. De todos os símbolos, ela é o mais universal, o mais totalizante. Ela é o símbolo do intermediário, do mediador, daquele que é, por natureza, reunião permanente do Universo e comunicação terra-céu, pois onde está a cruz, aí está o crucificado.
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Estimada Maria Amaral Silveira: cientes da infinita bondade de Deus e voltados para esse generoso sinal de luz que brota de teu espírito guerreiro e quase centenário, inspiremo-nos hoje no Santo das grandes causas, aquele que contigo divide o 28 de outubro, para fazermos – todos nós, os teus familiares e os teus amigos – em demonstração de graça pela tua vida, esse sinal da Cruz que tanto aprecias: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém.
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Dona Maria do Amaral Silveira Faleceu neste sábado, 11.06.2022. Era viúva do primeiro reitor da UFPEL – Prof. Delfim Mendes da Silveira. O sepultamento ocorre neste sábado às 16h no Cemitério Ecumênico São Francisco de Paula. (CR)
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