EM 47 ANOS DE TREZE HORAS, O QUINTO PAPA!
Clayton Rocha*
A história do debate 13 Horas tem um alicerce sólido e eterno: Roma! E tudo isso começa por conta daqueles 3 papas em apenas 3 meses em 2000 anos da história da Igreja: Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II.
A Universidade Católica de Pelotas – através do rádio – e de um 13 Horas que viria ao mundo a partir de 1978, marcou forte presença na Cidade do Vaticano nos últimos quase cinquenta anos.
Além dos 3 papas de 1978, ela transmitiu as eleições de Bento XVI e de Francisco, mais a concessão do Palio a Dom Jacinto Bergmann, o primeiro Arcebispo de Pelotas.

Neste 21 de abril de 2025, portanto, a data que assinala 12 anos, 1 mês e 8 dias de Francisco, o primeiro Pontífice do Continente Americano, as nossas atenções estarão voltadas para a eleição do Quinto papa da era 13 Horas.
O Pontífice argentino deixa um marcante legado para a história da Igreja: ele a levou ao povo através de inquestionáveis gestos de grandeza pessoal e de humildade. Francisco fortaleceu a Igreja em vários Continentes, muito especialmente na Ásia e na África.
Ele precisava de pessoas humildes em seu entorno e fez isso durante todo o seu pontificado, quer seja na casa de Santa Marta ou nos endereços até então anônimos de suas andanças. E foi assim, espontaneamente, e sem maiores questionamentos, que se tornou diante dos olhos do mundo o papa dos pobres.
Jamais esqueceremos aquele seu pedido, feito lá da varanda central da Basílica de São Pedro:- “ Os meus colegas cardeais resolveram buscar o novo bispo de Roma lá no fim do mundo! Pois então eu vos peço neste instante: Rezem por mim”, no que foi atendido prontamente pelos fiéis que lotavam a praça de São Pedro.

O jesuíta Bergoglio veio para ficar! A sua marca agiganta-se mais ainda – a partir de seu sofrimento público, quando soube colocar o seu dever de chefe supremo da Igreja Católica em primeiríssimo lugar. Ninguém esquecerá jamais aquela benção Urbi et Orbi de um domingo de Páscoa, aquela que seria o sinal da sua despedida.
Jorge Mário Bergoglio, ou o Padre Jorge de Buenos Aires, conduzido à Cátedra de Pedro em 2013, retorna agora com o seu dever cumprido à Casa do Pai. Restará agora ao Continente Americano um sinal de gratidão pela eleição do primeiro papa da sua história em mais de 2.000 anos da Igreja Católica. E que um sinal de luz seja capaz de se fazer presente durante as próximas semanas – no período de Sede Vacante – para que as dores de um mundo em permanente conflito sejam amenizadas através dos sinais de fé e de esperança, estes tão necessários à humanidade.

Guardaremos de Francisco alguns gestos históricos: Na homilia da missa inaugural de seu pontificado, reiterou o exemplo de Francisco de Assis de respeitar todas as criaturas de Deus e o ambiente em que vivem.
Ele defendia uma “ Igreja em saída”, capaz de conversar com o mundo tendo os olhos postos nos mais necessitados.
Jesuíta, Jorge Mário Bergoglio mostrou-nos que, para além dos votos de pobreza, celibato e obediência, os Jesuítas fazem um voto adicional de se mostrarem especialmente disponíveis para missões atribuídas pela Igreja. Vale lembrar ainda hoje – na data da morte do Santo Padre – aqueles 30 segundos de silêncio durante os quais o novo papa, na varanda de São Pedro, e a multidão, na praça, se olharam mutuamente, dizem tudo sobre o pontificado:- Ele não quer chamar atenção para si próprio, ele quer colocar Deus no centro. Os jesuítas são assim.