CAMILA MORGADO APRESENTA ‘A FALECIDA’ NESTA TERÇA-FEIRA NO TEATRO GUARANY – Podcast

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Clayton Rocha e Camila Morgado no Treze Horas desta terça-feira. Foto: Equipe Treze Horas

A atriz Camila Morgado, que apresenta a peça ‘A FALECIDA’ no Teatro Guarany, nesta terça-feira, esteve no Treze Horas e concedeu entrevista ao jornalista Clayton Rocha e equipe. Confira no Podcast abaixo:

A FALECIDA

Camila Morgado protagoniza montagem de Sergio Módena

para clássico de Nelson Rodrigues

Espetáculo, que ainda traz no elenco Thelmo Fernandes, Stella Freitas, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Thiago Marinho e Alan Ribeiro fará apresentações em 05 cidades do Rio Grande do Sul e chegará em Pelotas no dia 19 de novembro para Única Apresentação no Theatro Guarany

Escrito em 1953, o clássico teatral A Falecida, de Nelson Rodrigues (1912-1980), completou 70 anos em 2023, com esta nova montagem dirigida e idealizada por Sergio Módena e protagonizada por Camila Morgado, que voltou ao teatro depois de um hiato de 11 anos distante dos palcos. Atualmente, ela está em cena na novela Renascer, na TV Globo, no papel de Dona Patroa.

O espetáculo teve sua estreia nacional no dia 18 de agosto no Sesc Santo Amaro – SP, onde realizou uma temporada de 2 meses com grande sucesso junto à crítica e lotando todas as apresentações.

Em 23 de fevereiro de 2024 a peça fez sua estreia carioca, com patrocínio da Vivo, via Lei Rouanet, no Teatro Copacabana Palace, e repetiu o sucesso que fez em São Paulo.

A montagem abriu a FITA 2023, e teve 05 indicações, sendo premiada por Melhor Atriz Coadjuvante – Stela Freitas e Melhor Espetáculo – Juri Popular. E fez apresentações lotadas no SESC Palladium (BH) e no Festival SESC de Inverno 2024, nas cidades de Teresópolis e Petrópolis.

Aina em 2024 a peça fez apresentações no SESC Guarulhos – SP.

“Eu e Camila somos apaixonados por esse texto e pelo legado de Nelson Rodrigues. E ela é uma atriz “rodrigueana” por excelência, assim como o Thelmo Fernandes. Esta montagem marca a minha primeira direção de uma obra do Nelson. Estamos criando uma encenação atemporal para a peça, que, originalmente, foi escrita em 1953 e se passa no subúrbio do Rio de Janeiro. Mas Nelson vai além da crônica carioca. Ele radiografa a miséria da alma humana, presente nos mais diversos lugares e épocas”, comenta o diretor sobre a idealização do projeto”, diz Sergio Módena

Protagonizando o espetáculo ao lado de Camila Morgado está Thelmo Fernandes, com uma vasta experiência em torno da obra de Nelson. A montagem conta ainda com Stela Freitas como atriz convidada, e os atores Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Thiago Marinho e Alan Ribeiro.

Sobre a peça

Classificada pelo saudoso crítico teatral Sábato Magaldi como uma das Tragédias Cariocas de Nelson Rodrigues, A Falecida narra o plano da tuberculosa e frustrada Zulmira, que sonha em ter um enterro cheio de luxo e pompa. Dessa forma, ela causaria inveja em sua prima e vizinha Glorinha, com quem nem fala mais e tem uma relação inexplicável de competição.

Um pouco antes de morrer, Zulmira pede para seu marido Tuninho, que está desempregado e gasta todo o dinheiro com apostas, procurar o milionário Pimentel. Ela quer que o empresário pague para ela um enterro de 35 mil cruzeiros – o que beira o absurdo, uma vez que, na época, os funerais custavam menos de mil cruzeiros.

Logo depois da morte de Zulmira, ainda sem saber como ela conheceu Pimentel, Tuninho vai à mansão dele descobre que o rico empresário e sua esposa eram amantes. O marido traído ameaça contar tudo para um jornal inimigo de Pimentel e consegue arrancar dele uma pequena fortuna. Tuninho, então, dá à Zulmira um enterro “de cachorro” e aposta todo o resto do dinheiro num jogo de futebol.

Mesmo tendo sido escrita nos anos 1950, A Falecida “revela sua força e atualidade num país ainda regido pela falsa moralidade e hipocrisia. Nos dias de hoje o fanatismo religioso abordado por Nelson Rodrigues tornou-se ainda mais significativo em nosso país. A personagem Zulmira traiu o marido e, por esse motivo, ela é consumida pela culpa. Seu desejo por um velório luxuoso é sua maneira de se vingar de um mundo que não lhe oferece possibilidade de transformação. A morte torna-se sua redenção. Desse modo, o autor nos coloca um dilema: Poderá um enterro de luxo compensar uma vida de desilusões?”, indaga o diretor.

Segundo o diretor, a encenação propõe uma estética atemporal. No cenário de André Cortez, um grande mausoléu (um signo da ostentação social em meio aos mortos) é o espaço por onde os diversos planos de ação irão ocorrer. Os figurinos de Marcelo Olinto não buscam a reprodução histórica da década de 50. Ao contrário, parecem apenas evocar um tempo passado, atravessando diversas épocas.  A trilha sonora, composta por Marcelo H, explora o conflito entre o sagrado e o profano.

“Quando Zulmira se sente culpada, ela busca se afastar do profano, sendo constantemente atormentada por essa ideia. A trilha sonora percorreu diversos estilos, combinando desde obras de Dalva de Oliveira até samba. Essa mescla de estilos é uma característica marcante de Nelson Rodrigues, que inseria elementos cômicos em suas tragédias. O humor peculiar de Nelson está presente em nossa montagem, mesmo diante da trágica história de Zulmira”, acrescenta Módena.

Ficha Técnica

Texto: Nelson Rodrigues

Direção: Sérgio Módena

Elenco: Camila Morgado, Thelmo Fernandes, Stela Freitas, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Alan Ribeiro, Thiago Marinho

Direção Musical: Marcelo H

Cenário: André Cortez

Iluminação: Renato Machado

Figurino: Marcelo Olinto

Preparação Corporal: Laura Samy

Desenho de Som: Branco Ferreira

Camareira: Cycy Kalpakian

Coordenação de Palco e Operação de Luz: Rodrigo Bispo e Aderson Bispo

Técnico de Som: Jackson Silva

Programação Visual e Fotos: Victor Hugo Cecatto

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Assistentes de Produção: Clara Rente e Erick Villas

Produção Executiva: Ana Velloso e Vera Novello

Direção de Produção: Lúdico Produções Artísticas

Produtores Associados: Camila Morgado, Sergio Módena e Lúdico Produções

Sinopse

A Falecida apresenta a jornada de Zulmira para realizar o sonho de ter um enterro espetaculoso e mostrar a sociedade que sua família está “bem de vida”. Cenas de flashback se misturam à narrativa presente, numa troca de ambientes que, por vezes, tenciona e, por outras, causa um inusitado e bem-vindo alívio cômico.