BARROS, O MULATO – DEPOIMENTO AO TREZE DE LUIZ CARLOS MATOZZO – Podcast

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O pelotense Miguel Barros (1913/2011), artista visual identificado como “o Mulato”, expôs em diferentes Estados brasileiros e no exterior, e faleceu a 14 de fevereiro de 2011 em Mogi das Cruzes no interior paulista.
BARROS, O MULATO – DEPOIMENTO AO TREZE DE LUIZ CARLOS MATOZZO – Podcast

O ex-vereador e ativista do Movimento Negro, Luis Carlos Matozzo, participou do Treze Horas desta quinta-feira, 11.02, para falar sobre o pelotense Miguel Barros (abaixo) – Barros, o Mulato, artista plástico que ganhou renome internacional. Confira no Podcast acima a na matéria veiculada no Diário da Manha (abaixo) a vida deste talento pelotense que irá se tornar nome de rua.

VIDA

Uma trajetória ligada à arte e cultura. O pelotense Miguel Barros (1913/2011), artista visual identificado como “o Mulato”, expôs em diferentes Estados brasileiros e no exterior, e faleceu a 14 de fevereiro de 2011 em Mogi das Cruzes no interior paulista. Como homenagem ao talento pelotense que esteve à frente do jornal da comunidade negra “A Alvorada”, integrou o clube Chove Não Molha, e participou do 1º Congresso Afro-Brasileiro em Recife nos anos trinta, o Museu do Percurso Negro – idealizado pelo ex-vereador Luis Carlos Mattozo -, na quarta-feira encaminha sugestão de projeto à Câmara Municipal. Conforme Mattozo, fevereiro assinala os dez anos da morte do artista. Assim, a ideia é que Miguel Barros seja o nome da rua 1 do loteamento Eldorado. No legislativo, afirma Mattozo, a iniciativa já tem acolhida de Paulo Coitinho (Cidadania), e a expectativa é que os vereadores negros também apoiem o projeto. Na comunidade, Mattozo destaca a contribuição do pesquisador Adão Monquelat, artista plástico Roberto Moura Bonini, Henrique Pires (assessor especial da Prefeitura). Em destaque, as pesquisadoras Darlene Vilanova Sabany e Juliana Cavalheiro Rodrighiero (UFPel), autoras do artigo “História apagada: Barros, o Mulato, o pintor negro de Pelotas”, publicado ano passado.

Ex-vereador Luis Carlos Mattozo

HISTÓRIA – Miguel Barros nasceu a 24 de agosto de 1913. Filho de João Moreira Barros – dono da fábrica de carimbos Sem Rival – e Mercedes, aos dezessete anos começou a estudar no Instituto de Belas Artes, onde foi aluno de João Fahrion e Leopoldo Gotuzzo. A primeira exposição ocorreu no “Studium Inghes” em 1932. Em abril daquele ano, apresentou 41 trabalhos. Dois anos depois, integraria a redação do jornal “A Alvorada”, bem como a Frente Negra Pelotense (FNP). Ainda em 1934, representou a FNP no Congresso Afro-Brasileiro em Pernambuco, onde também realizou exposições. Em 1935, como resgata Monquelat, O Mulato publicou artigo no Diário de Pernambuco. Trecho: “E houve um filósofo negro, desconhecido, que deixou um provérbio, perfeitamente real: ‘quando o branco come com o preto, a comida é do preto’, é o que ele sempre repetia quando via algum de seus patrícios na intimidade de um branco interesseiro”.

Autorretrato de Miguel Barros

ARTISTA – Na trajetória de Miguel Barros que, em 1937, começa a assinar as obras como “Mulato”, exposições em João Pessoa, Natal, Maceió, Rio de Janeiro, Belém, Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo, Juiz de Fora, Recife e Piracicaba. No exterior, Argentina, Uruguai e EUA. Em 1973, reúne artigos e publica o livro “Teoria sem número”. Também é o período no qual fixa residência num sítio em Mogi das Cruzes. Na cidade paulista, o artista é homenageado com a designação de prêmio