UM DIFÍCIL PROGNÓSTICO
Ivon Carrico*
Em sua conta oficial do Twitter, o ex-presidente Lula afirmou, neste último domingo, que a ‘reconstrução’ do Brasil começa por garantir, dentre outros, a segurança alimentar das pessoas para que não passem fome.
Ainda, no mesmo tom, comentou entrevista ao Jornal italiano ‘Corriere Della Sera’ falando que a motivação para o seu retorno à cena política é o desejo de ‘fazer com que o Brasil volte a ser de todos brasileiros’.
Não foi o que se viu, entretanto, em seu Governo. É só ver quantos e quais os beneficiários dos infames achaques às instituições, em especial aquele desferido contra a Petrobrás.
Ele recebeu do FHC um País organizado, com a economia estabilizada. Com uma agenda positiva para o desenvolvimento.
E, realmente, no início soube aproveitar aquele momento. O Brasil se mostrou pujante. O resgate da enorme dívida social foi um sucesso. Mas o da ética, por ele tão bradada, um fracasso. Uma pena.
Daí que a sua despudorada agenda política alavancou pretensões no outro lado do espectro político. O Lula foi o principal eleitor do Bolsonaro.
Todavia, parece se confirmar um novo embate entre o atual e o antigo ocupante do Palácio do Planalto. Difícil acreditar, entretanto, que o País venha a ser atendido em suas reais necessidades, independente do vencedor.
Por sua vez, sequer a suposta terceira via – encabeçada pelo Moro – traria algum conforto, eis que provavelmente se consolidaria a chamada ‘República da Toga’.
Assim, difícil acreditar em um prognóstico positivo para as expectativas dos brasileiros nessas próximas eleições. Mais uma oportunidade perdida.
*Ivon Carrico é pelotense, mora em Brasília, atuando na administração há quase 50 anos. Atuou na ANVISA e na Presidência da República. (Brasília, 17/01/2022).