POR QUE ESTOU AQUI?
Ivon Carrico*
A Sétima Arte brasileira, ou seja, o Cinema, está em estado de graça. Merecidamente, Fernanda Torres ganhou o Globo de Ouro por sua espetacular atuação em ‘Ainda Estou Aqui’.
O sequestro, a tortura e a morte do Deputado Federal cassado Rubens Paiva, pelo aparato de segurança do Regime Militar, que vigeu no Brasil no período de 1964 a 1985, foi transposto para as telas pelo excelente Cineasta Walter Salles.
Há 25 anos, Fernanda Montenegro, dirigida pelo mesmo Cineasta, levantou a mesma premiação, pela sua, também, magnífica atuação em ‘Central do Brasil’.
Assim, mãe e filha, em duas distintas gerações, consagram o Cinema nacional mundo afora e, mais, resgatam a arte e a cultura brasileiras aos seus devidos patamares, como outros tantos precursores já o haviam feito.
Em 1991, no Governo Collor, o Estado brasileiro promoveu grande fomento à cultura nacional, por meio da Lei Rouanet, proposta pelo então Secretário de Cultura, Diplomata Sérgio Paulo Rouanet.
Claro, que houve outros grandes momentos como a consagrada ‘Semana de Arte Moderna’, de 1922, em São Paulo, financiada – todavia – pela elite paulista, e que foi um verdadeiro divisor de águas no espaço cultural.
Mas, a Lei Rouanet consolidou o apoio governamental. Claro, que houve e, certamente, há Projetos duvidosos. E, com isso, a má aplicação de recursos. Então, não é a Lei que tem de ser revogada, mas os controles é que precisam ser aprimorados.
Por sua vez, em função dessas ocorrências, sucessivos Governos, à Direita e à Esquerda do espectro político, tendem a querer capturar e a aparelhar – também – a produção cultural. Uma verdadeira ‘apropriação indébita’!!!
Daí a importância dos controles sociais, face à democratização da informação, ensejada, também, pela Internet. Por isso, AINDA ESTOU AQUI.
*Ivon Carrico é pelotense, mora em Brasília, atuando na administração há quase 50 anos. Atuou na ANVISA e na Presidência da República. Brasília – 06/01/2025
