ARTIGO – OS REVESES DA POLÍTICA EXTERIOR BRASILEIRA

146
Imagem: Internet

OS REVESES DA POLÍTICA EXTERIOR BRASILEIRA

Ivan Carrico*

Em 2001, quando na tribuna da famosa Assemblée Nationale, em Paris, ao término do seu discurso, em Francês, nosso então Presidente Fernando Henrique foi espetacularmente ovacionado.

Tempos após, em seu segundo Mandato, por ocasião do G20, em Londres, em 2009, o Presidente Lula – no auge da sua popularidade – foi elogiado pelo então Presidente americano Barack Obama que o classificou, inclusive, como ‘o cara’.

Parecia que – finalmente – havíamos adquirido o necessário ‘status’ nos fóruns internacionais.

Mas, já em 2010, o mesmo Obama nos deu um ‘balão’, ao escantear o Acordo Nuclear Brasil/Turquia/Irã, apoiado pelo próprio Departamento de Estado, em Washington.

Para surpresa geral e, ao contrário, foram – então – aplicadas sanções americanas ao Regime iraniano.

Para maior aflição, em 2014, no Governo Dilma, ao chamar o Embaixador brasileiro em Tel Aviv, para consultas, diante do agravamento (já naquele momento) da violência em Gaza, o Brasil foi classificado por Israel como um ‘anão diplomático’.

Em 2023, o Presidente Lula foi descortês com o Presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, no G7, em Hiroshima, no Japão e na ONU, em New York. E, sequer se dignou a recebê-lo por ocasião da escala, em Brasília, quando da vinda para a posse do Presidente Milei, da Argentina.

Já, com Israel tivemos a insólita declaração de ‘Persona Non Grata’ atribuída ao Presidente Lula. E, a Nicarágua – por razões esdrúxulas – expulsou nosso Embaixador. Enquanto, a Venezuela tripudia sobre o Brasil. Como fez a Bolívia quando ocupou – naquele Pais – refinarias da Petrobras, em 2006.

Em face de posicionamentos tão equivocados e da sucessão de reveses, urge uma profunda alteração na nossa política exterior.

*Ivon Carrico é pelotense, mora em Brasília, atuando na administração há quase 50 anos. Atuou na ANVISA e na Presidência da República. Arraias/Tocantins – 05/09/2024