ARTIGO – O MICROFONE CIGANO DA COMUNIDADE

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O MICROFONE CIGANO DA COMUNIDADE

O Pelotas Treze Horas comemora 41 anos no ar e eu festejo mais de 50 anos de bate-papo com Clayton Rocha. Acredite quem quiser. Trocamos nossas figurinhas na Rádio Universidade, em coberturas de futebol e futebol de salão, nas esquinas, no Aquário quando não tinha “s” e no Bavária do qual não existe mais nem a placa.

Egoisticamente vida e profissão são as pautas espontâneas dos bate-papos. Falamos de nossas decisões, problemas resolvidos ou não, e de metas, felizmente muitas delas alcançadas, e outras ainda penduradas. Se não encontramos ninguém para rir dele ou dela, rimos de nós mesmos.

Quando quer falar em alguém ou criticar alguma autoridade temporária de qualquer esfera, Clayton mantém um comportamento padrão: o microfone aberto para a crítica continua aberto para o criticado. Este é o resumo da vida profissional do homem de rádio, repórter e advogado, uma agitada e bem falante criatura que é meu amigo e me aceita como sou.

O “motorzinho” que agora é O Motor – sem sombra de dúvida um Mercedes-Benz – já transmitiu missa de sétimo dia, desfile atrasado de crianças e suas heroicas professoras na Semana da Pátria, solenidades e ocorrências incontáveis também foi até o Vaticano conversar com um Papa.

Na verdade, Clayton me parece um cigano da noticia. Vive na estrada com sua única arma visível: o microfone que divide fraternamente ou malandramente para extrair do entrevistado o que interessa a comunidade.

Clayton tem sempre o mesmo comportamento: o microfone aberto que bate, continua aberto para quem acha que a crítica ou o relato de algum fato “foi indevida” ou “não foi bem assim”. Esta é a maneira de ser do Pelotas Treze horas e do seu criador. Enfim… ”local onde qualquer pessoa possa abordar questões de interesse geral”.

Se fossemos enumerar os nomes das pessoas entrevistadas ou que participaram nas várias etapas como equipe de apoio seria preciso elaborar uma enorme coleção de biografias e catálogos gigantescos. Quem sabe algum dia surgirá o primeiro volume?

Carlos Eduardo Behrensdorf

Marca Fantasia: Garça Ltda.

Setembro do complicadíssimo ano de 2018.