ARTIGO – O ILUMINISMO TROPICAL 2.0

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O ILUMINISMO TROPICAL 2.0

Ivon Carrico*

“O Iluminismo”, corrente filosófica do Século XVIII, encerrou o entendimento de que o Poder era exercido em nome de Deus.

Daí que, até então, se achava que os Governantes (Reis, Imperadores) eram Divindades. Bem, isso foi na Europa.

Já, no Japão, o Imperador – até o final da 2a Guerra – era uma Divindade. Com a rendição do Império nipônico, em 1945, a bordo de um Encouraçado americano na Baía de Tóquio, pela 1a vez os Japoneses ouviram a voz de um Imperador – o Hiroito.

E, aí a Constituição daquele País foi alterada pelas forças de ocupação e o Hiroito deixou de ser uma Divindade.

Na India o Mahatma Ghandi era um líder religioso e político. Mas, ele nunca foi uma Divindade em que pese todo o Sincretismo religioso da Índia. Seu poder estava cingido à sua força moral!!! Daí o respeito que a nação hindu lhe devotou.

Já, ao Sul do Equador, em um grande País, tem-se uma liderança pra lá de polêmica. Trata-se de um Guru que fez e faz uso de métodos, digamos, pouco ortodoxos para convencimento dos seus seguidores que o idolatram cegamente.

Ao contrário do Ghandi, a sua força não está na moral e, tampouco, na ética. Possivelmente esse Guru entenda que o seu “Poder” seja exercido em nome de Deus, pois chegou até a afirmar que nem Cristo iria lhe tirar a possibilidade da sua candidatura.

Mas, entretanto, forças terrenas lhe subtraíram essa oportunidade, daí que a razão se sobrepôs à fé e o Iluminismo se firmou nos trópicos.”

Originalmente, este texto foi publicado em 11/09/2018. Como, após 06 anos, permanece a mesma situação nesse grande país ao Sul do Equador, vale a pena sua reedição, para melhor reflexão. Só que, agora – ao invés de 01 Guru, temos 02 – que insistem em dividir a Nação, empobrecendo o debate, fazendo acreditar que são enviados do Altíssimo.

*Ivon Carrico é pelotense, mora em Brasília, atuando na administração há quase 50 anos. Atuou na ANVISA e na Presidência da República. 12/09/2024