ARTIGO – ETERNO VOO

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ETERNO VOO…

Clayton Rocha

Retirei um livro da estante, na alta madrugada, e encontrei ali, ao acaso, tudo o que eu precisava. Era o recado necessário, escrito lá atrás no tempo, e que se apresentava agora diante de mim como se fosse uma encomenda.
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Era o Deogar Soares, sempre presente nestas horas diferenciadas, dando um recado afetuoso ao Ricardo Pedro Klein, e também um sinal de acolhida do lado de lá da porta do mistério.
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– “Onde quer que eu esteja em breve não estarei mais”.
Eu cheguei partindo
eu entrei, saindo
eu vim, voltando
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Eu trouxe, apenas
algumas sementes e pequenas mudas
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Eu estou plantando, sabendo que não serão minhas quando eu for embora.
Mas, caramba! – não é esta a missão dos velhos – semear a terra para que seus frutos sejam colhidos pelos outros no século seguinte?
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PS – Ricardo Klein, necessito da tua ajuda nesta horta doméstica que estou cultivando aqui no andar de cima desde 17 de agosto de 2003. Não te constranjas, viajante, pois o espírito é eterno enquanto as energias encarregam-se das sintonias necessárias. E poderás observar, agora mesmo, durante as surpresas nesta tua chegada, quão grande é o número de moradas na casa do nosso Pai.
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Te aproxima, amigo velho, pois assunto quanto a esses dois mundos é o que não vai faltar. Olha só, Klein: Se todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos, terás a oportunidade de expressá-los a partir de agora, tanto aqui quanto do lado de lá, através de preces, de sintonias espirituais e de lágrimas, numa comunicação direta que somente o amor fraterno encarrega-se de viabilizar.