COM O PÉ NA JACA, DIGO, LARANJA
Ivon Carrico*
Alguém já saboreou um picolé de chuchu (estou falando do legume)? E, um suco de laranja com chuchu? Não?! Pois, não estou falando de nenhuma experimentação gastronômica. Estou querendo especular uma espetacular tese econômica.
Em um País do Ocidente, mais conhecido pela sua pauta agrícola, desde a década dos anos 70 a economia tem sofrido sobressaltos.
E, pasmem, os vilões desses sustos têm sido eles – o chuchu, em 1977 e, hoje, a laranja. Esses 02 produtos foram ‘acusados’ de balançar a inflação e, consequentemente, o custo de vida.
Hoje, a permissividade existente, dentre elas a econômica, tem bagunçado a governança. Nesse País, aquela conhecida tripartição do Poder foi pro espaço. Sem qualquer ajuda do Elon Musk.
No vazio do espaço, digo, do Poder é tudo uma coisa só. Como numa confraria. Nesse País, o Rei – ou melhor, o Presidente, não manda nada.
Como na França do Século XVII, onde o Cardeal Richelieu mandava e desmandava, com o Rei jogado pra escanteio.
Na França, o Richelieu ostentava a sua peruca, verdadeiro símbolo do Poder e do status. Nesse País, a toga. Ainda que sem peruca.
Aí, como nesse País todo mundo manda, qualquer um se jacta para meter o pé na jaca. Daí que – dos afoxés e axés, das ladeiras do Bonfim – emerge a laranja como figura sinistra. ‘Não comam mais laranjas!!!’. Com esse grito de guerra a economia estará salva. Existe Plano Econômico melhor?
*Ivon Carrico é pelotense, mora em Brasília, atuando na administração há quase 50 anos. Atuou na ANVISA e na Presidência da República. Brasília – 25/01/2025