Projeto de nova fábrica da CMPC depende de resolução de gargalo logístico em Rio Grande
Enquanto busca fechar contratos que garantam o suprimento de madeira para abastecer a planejada nova fábrica de celulose, a multinacional chilena CMPC tem pressa para resolver um gargalo crucial para a confirmação do investimento estimado de R$ 24 bilhões. O projeto Natureza CMPC depende da resolução de uma questão logística para a exportação da celulose. A empresa já fez uma manifestação de interesse privado ao governo do Estado para participar de licitação pública e operar um terminal no Porto de Rio Grande. Para isso, a companhia aguarda que a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) conceda a área ao governo estadual, para que seja feita a concorrência pública.
“Sem esse terminal, não tem como fazer o investimento. Isso é chave para nós”, destaca o diretor-geral da unidade Guaíba da CMPC, Antônio Lacerda.
Conforme o diretor, o processo de transferência ao Estado está em andamento em Brasília e tem apoio do governador Eduardo Leite e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo. “Essas questões têm que estar resolvidas para que a gente consiga a aprovação final da empresa”, reforça Lacerda.
Expectativa
O empreendimento deve gerar cerca de 12 mil empregos durante as obras e outras 1,5 mil vagas diretas e indiretas na operação, que terá capacidade anual para produção de 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto. A indústria deve ser erguida com modernas tecnologias industriais, para ampliar a competitividade da empresa e manter altos indicadores de proteção ambiental e social no Brasil. O titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo, está acompanhado o caso.
“Nas últimas duas vezes em que estive em Brasília, participei de reuniões na SPU para tratar sobre o avanço deste tema, que está em andamento. Temos a expectativa de que esse ponto se defina neste mês”, disse Polo.
Atualmente, 20% da madeira chega por hidrovias à fábrica da unidade Guaíba da CMPC. Para o novo projeto, que prevê uma indústria em Barra do Ribeiro com capacidade para 2,5 milhões de toneladas anuais, a empresa calcula que até 30% da matéria-prima será transportada pelo mesmo modal, enquanto 100% da celulose produzida é exportada via fluvial. As cheias de maio assorearam o canal do Lago Guaíba, exigindo investimentos da empresa. “A gente limpou o canal há dois anos e vamos ter de refazer agora, ao custo de R$ 10 milhões”, conta Lacerda.